Até pouco tempo, pesquisadores temiam que o 99942 Apophis pudesse causar uma colisão catastrófica; mas seu estudo pode ajudar a defesa de nosso planeta
Fabio Previdelli Publicado em 16/07/2024, às 11h00
A data já está marcada! No dia 13 de abril de 2029, uma sexta-feira, um asteroide maior que a Torre Eiffel passará perto da Terra. Até pouco tempo, os cientistas temiam que o corpo celeste pudesse causar uma colisão catastrófica.
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Mas, agora, os pesquisadores querem examinar o 99942 Apophis justamente para reforçar nossas defesas contra outras rochas espaciais. Por conta disso, a Agência Espacial Europeia (ESA) anunciou financiamento para o trabalho preparatório da Missão Rápida Apophis para Segurança e Proteção (Ramses, na sigla em inglês).
Segundo repercutido pelo The Guardian, a missão enviará uma espaçonave até o asteroide, permitindo que informações sejam coletadas sobre seu tamanho, formato, massa e a maneira como ele gira enquanto viaja pelo espaço.
A missão também busca compreender mais detalhes sobre a composição e a estrutura interna do Apophis; assim como sua órbita. Ela também explora como a rota do asteroide mudará ao passar a 32.000 quilômetros da Terra — o que representa cerca de um décimo da distância até a Lua.
O sobrevoo que ele fará com a Terra é absolutamente único", disse o Dr. Holger Krag, chefe do escritório do programa de segurança espacial da ESA ao Guardian.
De acordo com o especialistas, não é esperado que nenhum asteroide chegue tão perto da Terra, quanto o 99942 Apophis, pelos próximos milhares de anos. "Se o céu estiver limpo, você deve conseguir vê-lo a olho nu".
Embora 32.000 quilômetros possam parecer distantes, o asteroide 99942 Apophis passará mais perto da Terra do que os satélites geoestacionários usados para transmissão de TV, navegação e previsão do tempo. A distância também é curta o suficiente para o corpo celeste 'interagir' com o nosso planeta.
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"É o campo gravitacional da Terra que basicamente remodelará levemente o asteroide, fazendo com que ele mude sua forma", explicou Krag, acrescentando que a atração gravitacional também pode causar deslizamentos de terra na superfície do asteroide.
Mas um entendimento mais detalhado do asteroide pode ajudar nossos cientistas a entender quais riscos as rochas espaciais podem representar para nós. "Nosso objetivo na defesa planetária não é fazer ciência em asteroides, mas caracterizá-los de uma forma que um dia possamos desviá-los quando se tornarem perigosos", aponta.
Por fim, a professora Monica Grady, da Open University, disse que, apesar da maioria dos asteroides que passam pela Terra estão em órbitas razoavelmente seguras, um corpo celeste como o Apophis é uma questão totalmente diferente.
Eles chegam perto da Terra, e há potencial de que um dia um deles atinja a Terra e cause um grande desastre. Acreditamos que isso aconteceu há 65 milhões de anos, quando todos os dinossauros foram exterminados", explicou. "E se for um grande asteroide e nos atingir, será uma catástrofe que destruirá a humanidade".
Descoberto em 2004, o Apophis deixou os pesquisadores temendo uma possível colisão com a Terra enquanto ele orbitasse o Sol. No entanto, aponta o Guardian, a NASA descartou um impacto envolvendo o asteroide em suas visitas em 2029 e 2036. Em 2021, especialistas descartaram uma possível colisão pelos próximos, ao menos, 100 anos.
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