Antiga lâmpada de óleo de cerâmica descoberta em Jerusalém - Divulgação/Autoridade de Antiguidades de Israel
Arqueologia

Lâmpada de óleo de 1.700 anos é descoberta em Jerusalém

Descoberta rara é anterior à destruição do Segundo Templo, e oferece um vislumbre único da antiga cultura e vida religiosa da região

Éric Moreira Publicado em 30/12/2024, às 12h30

Recentemente, arqueólogos desenterraram nas proximidades do Monte das Oliveiras, em Jerusalém uma rara lâmpada de óleo feita de cerâmica. Datado de 1.700 anos atrás, o artefato se refere ao período romano tardio.

A lâmpada chama atenção por ser decorada com uma variedade de símbolos judaicos, incluindo a menorá do Templo, uma pá de incenso e um lulav (um ramo de tamareira). A descoberta desta peça oferece aos arqueólogos um vislumbre único e raro da vida religiosa judaica após a destruição do Segundo Templo.

"O trabalho artístico requintado da lâmpada, encontrada completa, a torna uma peça excepcional e extremamente rara. Essa descoberta é particularmente surpreendente, pois temos pouquíssimas evidências da existência de um assentamento judaico em Jerusalém e arredores nesse período", relata o diretor da escavação, Michael Chernin, da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA), ao Heritage Daily.

Lâmpada de óleo descoberta recentemente em Jerusalém / Crédito: Reprodução/Autoridade de Antiguidades de Israel

 

Importância histórica

Conforme explica Benjamin Storchan, arqueólogo da IAA, ao IFLScience, a antiga lâmpada pertence ao tipo "Beit Nattif". Este nome, por sua vez, é referência a uma oficina de produção identificada na década de 1930 nas proximidades de Bet Shemesh, aproximadamente 30 quilômetros a oeste de Jerusalém.

Essas lâmpadas de óleo, por sua vez, eram conhecidas especialmente por suas ornamentações refinadas, além do uso de moldes de calcário esculpidos com cinzéis e brocas. Vale mencionar ainda que a argila era pressionada nestes moldes e, por fim, queimada, gerando assim o produto final.

Esse método permitia a criação de designs elaborados e decorações intrincadas", pontua Benjamin Storchan ao IFLScience.

Essa descoberta se mostra ainda mais relevante quando se considera o contexto histórico em que ela foi criada. Isso porque, entre 132 e 136 d.C., ocorreu em Jerusalém a chamada revolta de Bar-Kochba. Liderada por Simon bar Kokhba, ela levou à repressão romana e eventual expulsão dos judeus a mando do imperador Adriano, o que torna os vestígios de materiais judaicos dessa época extremamente raros na região.

"Essa lâmpada de óleo única, com os símbolos do Templo, conecta as luzes do passado à celebração do Hanukkah hoje, refletindo a ligação duradoura do povo judeu com sua herança e a memória do Templo", ressaltou ainda o Rabino Amichai Eliyahu, Ministro do Patrimônio de Israel, em comunicado.

Por fim, conforme repercute a Revista Galileu, a lâmpada será exibida ao público durante o feriado do Hanukkah, que ocorre entre 25 de dezembro e 2 de janeiro, no Centro Nacional de Arqueologia da A.S. J. e Gini Schottenstein. Na exibição também será possível observar moldes de pedra utilizados na produção de recipientes cerâmicos semelhantes do passado.

Leia também: Estudo revela que lâmpada encontrada em 1840 era usada em culto a Dionísio

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