A máscara, que foi arrematada por valor milionário em um leilão, era requerida por casal de idosos que a vendeu para um antiquário por 150 euros
Giovanna Gomes Publicado em 19/12/2023, às 15h10
A Justiça francesa, em decisão tomada nesta terça-feira, 19, validou o leilão de uma máscara Fang do século 19, originária do Gabão, por 4,2 milhões de euros a um comprador anônimo. Inicialmente adquirida por um antiquário de um casal de idosos por 150 euros, a peça tradicional africana estava envolvida em uma disputa judicial.
O casal de aposentados buscava na Justiça o cancelamento da venda, enquanto uma associação de gaboneses pleiteava a devolução do objeto ao país de origem. Apesar do desejo de repatriação manifestado pelo governo do Gabão durante o processo, o pedido foi rejeitado.
De acordo com a agência RFI, o tribunal de Alès, no sul da França, determinou que os proprietários originais, um homem de 88 anos e sua esposa de 81, que venderam a máscara a um vendedor de antiguidades para esvaziar uma de suas propriedades, "não apreciaram o justo valor histórico e artístico do bem". A decisão alega que a "negligência e descuido" desses proprietários fundamentam a rejeição do pedido.
O episódio teve início em setembro de 2021, no departamento do Gard, no sul da França, quando os idosos decidiram vender a máscara de madeira encontrada no sótão de uma de suas propriedades.
O antiquário, após adquirir o objeto, utilizou o método de datação por Carbono-14 e contou com a ajuda de um antropólogo para descobrir que se tratava de uma máscara extremamente rara do povo Fang. Posteriormente, a peça foi leiloada em Montpellier, sendo vendida por 4,2 milhões de euros em março de 2022, superando a avaliação inicial de 300 mil euros.
Sentindo-se enganado, o casal de aposentados apresentou uma queixa contra o vendedor de objetos antigos. Antes da venda, o antiquário entrou em contato com os aposentados para investigar a procedência da máscara, sendo informado de que o avô do homem, René-Victor Edward Maurice Fournier, governador colonial na África na época, "recolheu" a máscara por volta de 1917 em circunstâncias desconhecidas. O advogado do casal não descarta a possibilidade de recorrer da decisão.
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