Justiça brasileira investiga contrabando de fósseis de 100 milhões de anos

A Justiça brasileira está investigando o contrabando de 25 fósseis de insetos datados de aproximadamente 100 milhões de anos. O caso veio à tona após uma pesquisadora encontrar os fósseis sendo vendidos por alguns milhares de reais em um site estrangeiro.

Uma análise posterior confirmou que as peças tinham origem na Chapada do Araripe, no Ceará — uma das regiões paleontológicas mais importantes do mundo, rica em fósseis do período Cretáceo, que vai de 145 a 66 milhões de anos atrás.

Conforme o Ministério Público Federal (MPF), além desse caso, outras duas investigações envolvendo contrabando de fósseis estão em andamento e aguardam decisão da Justiça da França.

Arqueologia

O poço de 7.275 anos que pode ser a construção de madeira mais antiga do mundo

Arqueologia

Especialistas sugerem nova causa para o fim do Império Romano

Outros casos

Um dos processos envolve um esqueleto quase completo de um pterossauro da espécie Anhanguera, com quase quatro metros de envergadura. O outro inclui 45 fósseis diversos: tartarugas marinhas, aracnídeos, peixes, répteis, insetos e plantas — alguns com cerca de 2 milhões de anos.

Segundo as autoridades, todo esse material foi avaliado em aproximadamente 600 mil euros, equivalente à cerca de R$ 4 milhões.

A suspeita é de que os fósseis foram enviados à França escondidos em contêineres registrados como transporte de rochas e pedras preciosas — uma classificação genérica que pode ter sido usada para mascarar a natureza ilegal da carga.

O tráfico de fósseis é crime no Brasil, e a legislação proíbe sua exportação sem autorização oficial. A Chapada do Araripe, onde foram extraídos os fósseis, é considerada um patrimônio nacional pela sua importância científica e histórica, o que torna o caso ainda mais grave aos olhos da Justiça.