Tem início nesta quarta-feira, 1, o julgamento dos quatro réus do caso
Redação Publicado em 01/12/2021, às 15h11
Tem inicio hoje o julgamento do caso da boate Kiss, local em que 242 pessoas morreram e outras 636 ficaram feridas em razão de um incêndio em janeiro de 2013.
Para Paulo Carvalho, pai de uma das vítimas, a intenção não é buscar “vingança”, mas uma condenação que sirva de “exemplo” para que os brasileiros se atentem para os crimes com dolo eventual, que é quando se assume o risco de matar alguém, ainda que não haja intenção.
“O que a gente considera justo é o dolo eventual. Essa condenação não é vingança, é um exemplo para que o Brasil veja crime com dolo. Eles [réus] assumiram riscos inúmeras vezes e esses riscos são assumidos por inúmeras pessoas que não têm a virtude de ver os outros como vidas, como pessoas”, disse Carvalho à CNN.
Entre os réus estão dois sócios do estabelecimento, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, o músico integrante da banda Gurizada Fandangueira Marcelo de Jesus dos Santos, além do produtor cultural Luciano Bonilha Leão.
De acordo com Paulo, o processo mostra como os proprietários da casa noturna “infringiram normas” de segurança, já que não havia extintores de incêndio visivelmente disponíveis, além de que a saída havia sido bloqueada com “barras de ferro, evitando que os jovens saíssem sem pagar”.
No caso da banda, ele afirma que os membros tinham conhecimento de que o sinalizador disparado somente poderia ser utilizado em lugares abertos.
“O que aconteceu nesses 9 anos é o que acontece em praticamente todos os casos [semelhantes]. Ninguém é condenado por dolo eventual. É preciso parar com essa barbárie”, disse Carvalho . “Se obedecessem mínimas normas que existem no Brasil, a tragédia não teria acontecido”, finalizou.
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