Imagens de pessoas quebrando vidros do Frigorífico Goiás - Reprodução/Vídeo/G1
Picanha mito

Juiz suspende propaganda de "picanha mito" em frigorífico

A promoção "picanha mito" oferecia desconto somente para àqueles que estivessem usando a camisa do Brasil

Redação Publicado em 02/10/2022, às 17h13

Após a venda de "picanha mito" a R$ 22 por quilo pelo Frigorífico Goiás, em Goiânia, o juiz eleitoral Wilton Muller Salomão suspendeu a propaganda da venda anunciada neste domingo, 2.

"Domingão dia 2 de Outubro, picanha mito R$22 reais kg limite de duas peças por cliente. Promoção válida para unidades de Goiânia, e para quem estiver com a camiseta do Brasil 🇧🇷. Marque aqui seu amigo que ama uma Picanha Gordinha", descreve a postagem.

Como repercutido pelo G1, a decisão do juiz também determinou multa de R$ 10 mil por hora em que a promoção ficasse no ar. A tal promoção usa a imagem de Jair Bolsonaro (PL) e segundo o anúncio, só é válida para aqueles que estiverem usando a camisa do Brasil.

"A venda de carne nobre em preço manifestamente inferior ao praticado no mercado, no valor de R$ 22, revela indícios suficientes para caracterizar, em sede de um juízo não exauriente, conduta possivelmente abusiva do poder econômico em detrimento da legitimidade e isonomia do processo eleitoral", escreveu o magistrado.

Quebra-Quebra

Como apontado pelo próprio frigorífico, anteriormente o pacote de carne custava cerca de R$ 129,99. Com a promoção, centenas de pessoas tumultuaram o local e quebraram os vidros do estabelecimento.

Como informado, em entrevista ao G1, por um especialista em justiça eleitoral que não quis se identificar, o desconto de mais de R$ 100 no kg de picanha pode ser configurado como um "incentivo" ao eleitor votar em Bolsonaro.

"Pode ser um elemento para incentivar o voto. Claro que deve ser analisado, mas pode ser configurado crime de corrupção eleitoral", disse o especialista.

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