Ao notarem semelhança física, duas jovens da Geórgia decidiram realizar um teste de DNA — e acabaram realizando uma importante descoberta sobre seu passado
Giovanna Gomes Publicado em 04/07/2024, às 09h54 - Atualizado em 08/07/2024, às 19h21
Em 2022, uma estudante da Geórgia chamada Elene Deisadze encontrou a conta da jovem Anna Panchulidze no TikTok, e se surpreendeu ao notar uma incrível semelhança entre as duas.
Intrigada, Elene contatou Anna, e as duas, então com 19 anos, iniciaram uma amizade digital. Como, aos 18 anos, ambas descobriram serem adotadas, decidiram fazer um teste de DNA. O resultado confirmou que elas eram não apenas irmãs, mas gêmeas.
Tive uma infância feliz, mas agora todo o meu passado parece uma ilusão" disse Anna, estudante, à AFP.
Tamuna Museridze, que administra um grupo no Facebook dedicado a reunir bebês roubados com seus pais biológicos, ajudou a organizar o teste de DNA de Elene e Anna. Ela fundou o grupo em 2021, depois de descobrir que havia sido adotada. O grupo tem cerca de 200.000 membros.
Ela explicou à AFP que muitas mães foram informadas falsamente de que seus bebês haviam morrido após o nascimento, enquanto os pais adotivos muitas vezes desconheciam a ilegalidade da operação ou conscientemente optaram por burlar a lei para evitar a longa espera para adoção.
Na Geórgia, os pais adotivos pagavam o equivalente a vários meses de salário, enquanto no exterior, a adoção custava até US$ 30.000. Na década de 2000, as medidas contra o tráfico introduzidas pelo presidente Mikheil Saakashvili acabaram com esse sistema.
A mãe adotiva de Elene, Lia Korkotadze, relatou que ela e seu marido decidiram adotar após descobrir que não poderiam ter filhos. Em 2005, um conhecido mencionou um bebê de seis meses que poderia ser adotado mediante pagamento, e Elene chegou à sua casa supostamente sem que Korkotadze suspeitasse de qualquer ilegalidade.
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