Jovem diagnosticado com a síndrome passou por uma cirurgia rara no Hospital Instituto de Neurologia de Curitiba (INC), no Paraná
Giovanna Gomes Publicado em 06/06/2024, às 15h11
Um jovem diagnosticado com Síndrome de Tourette passou por uma cirurgia rara no Hospital Instituto de Neurologia de Curitiba (INC), no Paraná, em março deste ano. A instituição divulgou a realização do procedimento nesta quarta-feira, 5.
Após avaliação de uma equipe multidisciplinar, foi recomendado o tratamento neurocirúrgico com a implantação de Estimulação Cerebral Profunda (DBS) para Vitor Emanuel Farias da Silva, de 18 anos. Ele enfrentava crises intensas de tiques, mesmo sob medicação.
A Síndrome de Tourette é uma desordem neuropsiquiátrica sem cura, mas seus sintomas podem ser controlados para reduzir a intensidade dos tiques e o desconforto dos pacientes. Os tratamentos comuns incluem terapia comportamental cognitiva e medicamentos antipsicóticos, mas em casos graves, como o de Vitor, a DBS pode ser indicada.
De acordo com o portal Galileu, desde a infância, Vitor lida com os efeitos da síndrome, que incluem tiques motores e vocais involuntários, como piscar, tossir e gritar. Isso impactou sua vida significativamente, impedindo-o até mesmo de prestar vestibular. Conforme declarou sua mãe, Marli Luiz da Silva, à fonte, houve momentos em que Vitor não conseguia dormir e expressava desejo de morrer devido à intensidade dos tiques e ao isolamento social.
Com a piora do quadro nos últimos três anos, o jovem foi submetido à neurocirurgia para implante do DBS, que atua em áreas específicas do cérebro para reduzir gradualmente a gravidade dos tiques e melhorar sua qualidade de vida. Estudos indicam que o DBS é eficaz em pacientes que não respondem a outros tratamentos.
A cirurgia, conduzida pelo neurocirurgião Murilo Meneses, envolveu a implantação de eletrodos no cérebro e um gerador no tórax, emitindo estímulos elétricos regulados para mitigar os tiques. Cerca de 90 dias após a cirurgia, os resultados já são visíveis. Marli relata que os tiques de Vitor estão mais espaçados, e ele está mais animado e sociável.
Apesar da maior visibilidade da síndrome atualmente, Marli lembra que ainda há muito preconceito. Ela deseja ajudar outras famílias a entender e lidar com a condição, destacando a importância do tratamento adequado e da aceitação social.
“Vou continuar levantando essa bandeira, ajudar a divulgar essa síndrome. É triste ver que as famílias não sabem como ajudar, levam em curandeiro e dizem ‘que é espírito’, porque a pessoa anda na rua gritando e falando ‘palavrões’. São tantos que estão trancados no quarto, sem receber um tratamento adequado, porque eles têm vergonha de sair de casa e a família também”, disse ela à fonte.
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