Fang Bin, que denunciou início do surto em Wuhan e bloqueios feitos pelas autoridades do país, desapareceu em fevereiro de 2020
Fabio Previdelli Publicado em 03/05/2023, às 12h03
Desaparecido há três anos por conta de reportagens sobre o início do novo coronavírus em Wuhan, na China, primeiro epicentro da doença, um jornalista chinês teria sido liberto pelas autoridades do país.
Relatos da mídia local, conforme repercutido pelo The Guardian, dizem que Fang Bin foi solto da detenção no último domingo, 30, segundo relatos de seus próprios familiares. O jornalista teria sido enviado a Pequim, onde moram alguns de seus familiares, antes de retornar à Wuhan na manhã da última segunda-feira, 1, onde permanece sob estrita supervisão.
De acordo com um grupo chinês de monitoramento de direitos humanos, nem as autoridades de Pequim e tampouco as de Wuhan queriam a responsabilidade de manter Fang; explicando o motivo dele ter sido 'empurrado' entre as duas cidades.
Fang Bin foi um dos vários chineses alvos do governo por conta de relatarem publicamente o primeiro grande surto de Covid-19 em Wuhan e registrar os primeiros grandes bloqueios que a cidade enfrentou. Ele e seu colega, Chen Qiushi desapareceram em fevereiro de 2020.
Chen só foi 'visto' novamente em setembro de 2021, quando um video ao vivo no canal do YouTube de um amigo o mostrou. O profissional dizia sofrer de depressão e não deu mais detalhes sobre seu desaparecimento.
Já os registros sobre o sumiço de Fang são conflitantes, aponta o The Guardian. Alguns acreditam que ele fora detido, outros que estava apenas morando com seus pais sob supervisão do governo; ou até mesmo vivendo sob vigilância em um local designado — uma forma de detenção chinesa secreta. Relatórios apontam que seus familiares temiam falar sobre a situação do jornalista.
Ainda no último domingo, 30, a Associated Press citou uma fonte que alegou que Fang Bin havia sido condenado a três anos de prisão por "causar brigas e provocar problemas", uma acusação, embora vaga, tradicionalmente usada contra dissidentes políticos. A Radio Free Asia acrescentou que ele cumpriu sua sentença em um centro correcional no distrito de Jiangxia, em Wuhan.
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