Decisão do presidente americano alterou 37 condenações à morte para prisão perpétua, para evitar que governo de Trump os execute; entenda!
Éric Moreira Publicado em 23/12/2024, às 07h53
Nesta semana, o presidente americano Joe Biden comutou as sentenças de 37 dos 40 prisioneiros condenados à morte nos Estados Unidos, alterando suas punições para prisão perpétua sem liberdade condicional. Essa decisão ocorre após pressão de ativistas para impedir execuções em série sob o governo de Donald Trump, que ocupará a presidência no dia 20 de janeiro.
Em comunicado, Biden informa: "Não se enganem: condeno esses assassinos, lamento pelas vítimas de seus atos desprezíveis e sofro por todas as famílias que sofreram perdas inimagináveis e irreparáveis".
"Mas guiado pela minha consciência e pela minha experiência como defensor público, presidente do Comitê Judiciário do Senado, vice-presidente e agora presidente, estou mais convencido do que nunca de que devemos parar o uso da pena de morte em nível federal. Em sã consciência, não posso recuar e deixar uma nova administração retomar as execuções que eu interrompi", conclui.
Essa ação de clemência, vale mencionar, se aplica a praticamente todos os presos federais condenados à morte, exceto por três homens julgados por terrorismo ou assassinato em massa movido por ódio. Eles são Dzhokhar Tsarnaev, condenado em 2013, após realizar um atentado na maratona de Boston; Dylann Roof, que matou nove membros negros de uma igreja em Charleston, Carolina do Sul, em 2015; e Robert Bowers, que, em 2018, invadiu uma sinagoga em Pittsburgh e matou 11 fiéis judeus.
Conforme repercute o The Guardian, enquanto senador, Biden defendeu um projeto de lei de 1994 que expandiu a pena de morte no país. Porém, hoje essa legislação é vista com responsável por ter contribuído grandemente para o encarceramento em massa, afetando especialmente homens negros.
Porém, a partir de sua campanha presidencial de 2020, Biden alterou sua postura e prometeu eliminar a pena de morte em nível federal, citando preocupação sobre condenações injustas e por disparidades raciais no sistema de justiça americano.
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