Lanterna encontrada dentro da caverna - Divulgação/ White War Museum
Primeira Guerra

Imagens: Itens de soldados da Primeira Guerra são encontrados em caverna

Descoberta feita na Itália revelou objetos curiosos

Fabio Previdelli Publicado em 05/05/2021, às 11h02

A Primeira Guerra Mundial acabou em novembro de 1918, há mais de um século, mas, ainda hoje, pesquisadores seguem fazendo descobertas sobre o período. A última delas foi divulgada essa semana pelo Museu da Guerra Branca, apesar da exploração ter começado ainda em 2017.

Trata-se de mais de 300 artefatos usados pelas tropas austríacas durante o conflito. Os combatentes se abrigaram em uma caverna na Itália durante esse período, mas seus rastros ficaram escondidos por conta de uma geleira — que só derreteu recentemente e, consequentemente, permitiu que o espaço fosse encontrado.  

O local escolhido pelos austríacos era bem propício, afinal, conforme noticiou o UOL, a localização da caverna impedia que os soldados pudessem ser vistos tanto por solo quanto por uma observação aérea.  

Visão interna de parte da caverna/ Crédito: Divulgação/ White War Museum

 

À CNN, o historiador Stefano Morosini disse que o local abrigou cerca de 20 austríacos, que estavam combatendo no Monte Scorluzzo, que fica na comuna de Sondrio. Segundo o pesquisador, os itens encontrados lá faziam parte do “cotidiano muito pobre” dos soldados, que ainda tinham que lidar com “condições ambientais extremas”. 

Afinal, durante o inverno, a região pode atingir os -40ºC. Assim, o local se tornava mais que um abrigo, mas também parte essencial para a sobrevivência dos combatentes, que usavam as dependências para guardar alimentos e suas vestimentas feitas com pele de animais. 

Desde a descoberta do local, em 2017, já foram encontrados garrafas, colchões de palha, moedas, capacetes, jornais e munições. Acredita-se que o espaço foi trancado às pressas quando o conflito acabou, o que fez com que muitos combatentes deixassem seus pertences por lá.  

"Os soldados tiveram que lutar contra o ambiente extremo, lutar contra a neve e as avalanches, mas também lutar contra o inimigo", explica Morosini, que dá aulas na Universidade de Bergamo, na Itália.  

Garrafas e latas encontradas no local/ Crédito: Divulgação/ White War Museum

 

Por conta das condições do local, estima-se que vários combatentes morreram na região, não só por ferimentos durante o conflito, como também de hipotermia, segundo explica o UOL.

Antes da descoberta da caverna, há cinco anos, os restos de dois homens foram encontrados nas redondezas. Como eles ainda tinham seus documentos, eles foram entregues de volta aos seus parentes vivos.  

Ainda há a expectativa para que mais descobertas sejam feitas por lá, já que a cada verão a geleira derrete cada vez mais. "O conhecimento que podemos reunir hoje das relíquias é uma consequência positiva do fato negativo da mudança climática", disse o historiador ao The Guardian.  

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