Suposta imagem da libertação do campo de concentração em Auschwitz - Domínio Público
Nazismo

Irmã de Anne Frank afirma que fotos de libertação não são de Auschwitz

Segundo Eva, as fotos emocionantes, tiradas há 75 anos, são das libertações de outros campos de concentração da Polônia

Pamela Malva Publicado em 27/01/2020, às 15h00

Exatos 75 anos se passaram desde a libertação do maior campo de concentração estabelecido em Auschwitz, na Polônia, em 1945. Naquele dia 27 de janeiro, cerca de 7.500 prisioneiros foram soltos pela frente Ucraniana do Exército Vermelho.

Fotos e mais fotos do episódio surgiram, ilustrando a libertação e emocionando pessoas do mundo todo. Em preto e branco, as imagens refletiam o alívio no rosto dos homens e mulheres que escaparam do terrível Holocausto.

Hoje, depois de todo esse tempo, a irmã adotiva de Anne Frank revelou algo sobre as fotos que ninguém imaginava: eles não são de Auschwitz. Segundo Eva Schloss, que atualmente tem 90 anos, as imagens feitas pelo Exército Soviético não foram tiradas no dia da libertação.

Eva Schloss, irmã adotiva de Anne Frank, com 90 anos / Crédito: Divulgação/Good Morning Britain

 

Em entrevista ao Good Morning Britain, um programa matinal da TV britânica, Eva comentou sobre o período em que permaneceu no campo de concentração, para onde foi levada quando tinha 15 anos. Segundo ela, as fotos mundialmente conhecidas são das libertações de outros campos de concentração.

"Não era Auschwitz. Eles liberaram todos os campos na Polônia e isso é desconhecido", disse, durante a entrevista. Para Eva, a principal pista que questiona a veracidade das fotos é o fato de que, no dia da libertação de Auschwitz, os soldados russos não tinham câmeras.

"Apenas muito tempo depois [do episódio] eles tiraram fotos, mas veja, essas [fotos] não são em Auschwitz e nem da libertação de Auschwitz”, declarou. Além disso, Eva lembra que, nos dias próximos à libertação, uma forte nevasca aconteceu — clima que não aparece nas imagens.

Suposta imagem da libertação de Auschwitz, em 1945 / Crédito: Domínio Público

 

Diversos materiais do Holocausto foram revisitados e estudados por historiadores, sempre com o objetivo de identificar seus locais e datas de forma precisa. O mesmo aconteceu com as imagens da época. Nunca, no entanto, as fotos do dia da libertação foram questionadas.

Com 90 anos, Eva foi a primeira pessoa a contestar a precisão das imagens. Sua família foi descoberta pelos nazistas na Holanda e levada aos campos, onde seu pai e seu irmão não sobreviveram. Em 1945, oito anos depois da morte de Anne Frank, a mãe de Eva casou-se com Otto Frank — tornando Eva, já com 23 anos, a irmã adotiva de Anne.

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