Rasmus Paludan, sueco-dinamarquês, queimando o Alcorão durante protestos na Suécia - Getty Images
Alcorão

Instituição sunita propõe boicote após profanação do Alcorão na Suécia e Holanda

Os governos da Turquia e de outros países muçulmanos protestaram fortemente contra os atos realizados pelos manifestantes

Redação Publicado em 26/01/2023, às 20h00

Nesta quinta-feira, 26, a Universidade de al-Azhar, uma das instituições sunitas mais importantes e respeitadas do Islã com sede no Egito, emitiu um comunicado aos governos dos países muçulmanos convocando um “boicote aos produtos suecos e holandeses”. O movimento surgiu depois que militantes de extrema-direita queimaram exemplares do Alcorão na Suécia e Holanda, no último sábado, 21. 

Segundo informações divulgadas no jornal O Globo, a nota dizia que o boicote era uma maneira de encontrar uma “resposta adequada aos governos desses dois países” e, em relação aos protestos, repudir “a persistência em proteger crimes desleais em nome da ‘liberdade de expressão’”. 

Manifestação 

Na ocasião, Rasmus Paludan, sueco-dinamarquês que apoia a extrema-direita, queimou, durante protestos às negociações entre Suécia e Turquia sobre a OTAN, próximos à Embaixada da Turquia em Estocolmo, na Suécia, exemplares do livro sagrado Alcorão

Em outro momento, conforme a emissora holandesa NOS, imagens de uma câmera de segurança de um estabelecimento local, registrou o momento em que um integrante do movimento islamofóbico Pegida rasga e pisoteia o Alcorão

Reação 

O caso gerou diversas reações, incluindo dos governos de outros países muçulmanos e de protestos no Iraque, Paquistão, Síria e Afeganistão. O presidente turco Recep Tayyip Erdogan também disse, em resposta as tentativas de apoio político no Tratado:

A Suécia não deve esperar nosso apoio à [sua entrada na] Otan. Se você não respeitar as crenças religiosas da República da Turquia ou dos muçulmanos, não receberá nenhum apoio nosso".

O Ministério de Relações Exteriores do Egito ainda declarou, em comunicado:

Condenamos fortemente os atos e expressamos profunda preocupação com a intensificação desses eventos e o recente crescimento da islamofobia em um determinado número de países europeus".

Por outro lado, os representantes suecos classificaram os ocorridos como “profundamente desrespeitos” e os EUA como “repugnantes”. 

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