Descoberto em Ofel, fragmento aponta visita da rainha de Sabá à Jerusalém, descrita na Bíblia; confira!
Éric Moreira sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 10/04/2023, às 11h27 - Atualizado em 11/04/2023, às 09h22
Uma antiga inscrição gravada em uma grande jarra de barro descoberta em Ofel, próximo ao Monte do Templo em Jerusalém, pode ser mais um indício de um trecho histórico descrito na Bíblia do qual se tinha poucas informações até então. O estudo, comandado pelo professor Daniel Vainstub, da Universidade Ben-Gurion do Neguev, em Israel, foi registrado na última segunda-feira, 3, no Jerusalem Journal of Archaeology.
Segundo constatado pelos pesquisadores envolvidos no projeto, o jarro descoberto junto a pedaços de outros seis recipientes em escavações de 2012, pode se referir a uma visita da rainha do Reino de Sabá à Jerusalém. Segundo Vainstub em conversa ao Times Of Israel, sua inscrição com sete letras registra o que seria um dos ingredientes utilizados na mistura para incenso do templo: uma resina perfumada conhecida como ládano.
O trecho da Bíblia que se refere ao período histórico mencionado, no caso, está registrado em Êxodo 30:34, passagem esta que diz que possivelmente o segundo componente do incenso da adoração no Templo era justamente o ládano aromático (Cistus ladaniferus).
O diferencial do novo estudo, porém, é que enquanto outros pesquisadores afirmavam que a inscrição do jarro estava em língua cananeia, Vainstub acredita estar no idioma do Reino de Sabá — localizado a 2 mil km de distância, onde hoje fica o Iêmen.
No estudo, o pesquisador aninda relata que a inscrição foi feita a partir de um antigo alfabeto arábico meridional que continha, também, alguns traços do que parece ser uma palavra da língua sabeana. De acordo com a Revista Galileu, este era o idioma utilizado durante o período do Primeiro Templo no antigo Reino de Sabá, um importante fornecedor de especiarias para incenso.
As palavras, no caso, sugerem que a inscrição não apresenta um "texto coerente", conforme descrito no estudo, com três letras na escrita árabe do sul que formam a palavra "ládano".
Se o apontamento de Vainstub estiver correto, a inscrição descoberta no jarro achado em Ofel passaria a ser considerada a mais antiga do sul da Arábia encontrada em Israel. Além do mais, outras afirmações interessantes podem ser feitas sobre o fragmento, como o fato de que seu texto foi escrito, possivelmente, em argila úmida, e que seu escriba devia ser um falante nativo do Reino de Sabá.
Ou seja, caso a confirmação de que o jarro teria origem do antigo reino surgisse, isso seria um indício de que havia, de fato, fortes laços comerciais entre Jerusalém e Sabá. Em comunicado, Vainstub afirma que a inscrição ensina "não apenas sobre a presença de um falante da língua dos sabeus em Israel durante a época do rei Salomão, mas também sobre o sistema de relações geopolíticas em nossa região naquela época."
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