Jurcelino Sebastianes de Araújo foi comprar bombons e ofendeu duas funcionárias; veja vídeo
Éric Moreira, sob supervisão de Wallacy Ferrari Publicado em 08/10/2022, às 12h08 - Atualizado às 12h09
Um idoso de 89 anos foi preso em uma loja de departamento em um shopping de Vila Velha, no Espírito Santo, por cometer crime de racismo contra funcionárias do local. O caso ocorreu na última quinta-feira, 6, quando Jurcelino Sebastianes de Araújo teria se referido às trabalhadoras, de 20 e 22 anos, como "macacos feios pretos", de acordo com o boletim de ocorrência.
O idoso teria ido ao estabelecimento para comprar bombons até que, depois de alguns minutos, começou a atacar as funcionárias e também gritou "vou matar os gays, pretos e mulheres feias". Quando outros trabalhadores do local tentaram conversar com Jurcelino, ele chegou a dizer "mais uma macaca" e "não gosto de gente preta", e então começaram a gravar o caso.
Bolsonaro vai acabar com tudo quanto é gente feia. Igual ela", disse ainda o idoso, em trecho do vídeo, se referindo à mulher vítima de racismo, como informado pelo UOL.
Logo, os seguranças do estabelecimento foram chamados, assim como a Polícia Militar também foi acionada. Quando questionado por autoridades, então, o idoso disse que os comentários não passavam de brincadeira e que até tem amizade com "gente moreno", além de "eu até gosto de preto".
Marcos Daniel Vasconcelos, presidente da Comissão de Igualdade Racial da Associação Brasileira de Advogados Criminalistas, alega que Jurcelino Sebastianes de Araújo não merecia apenas ser autuado por racismo, mas também por injúria racial — que estabelece a pena de reclusão de um a três anos e multa —, visto que ele não ofendeu somente àqueles funcionários, mas sim toda uma raça com suas falas.
Nós da comissão vamos acompanhar todo esse caso e queremos que haja uma investigação correta. Acredito que seria necessário que ele fosse autuado também por injúria racial. Ele ofendeu as pessoas ali naquele local e não somente uma raça, ou etnia [o que caracteriza o racismo]", explica Marcos Vasconcelos.
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