Casos de furto famélico aumentaram 8% entre 2019 e 2021
Isabelly de Lima, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 16/07/2022, às 10h29 - Atualizado em 17/07/2022, às 14h31
Depois de furtar peças de queijo de um supermercado para tentar vender e pagar o aluguel, um homem de 44 anos foi preso e liberado, em Salvador. O caso foi motivado pela fome, classificado como furto famélico.
André Ferreira da Silva foi levado para a Central de Flagrantes da capital baiana e ao ‘Profissão Repórter’, da TV Globo, ele narrou uma rotina de privação. André contou que a esposa está grávida de 5 meses e que parou de receber benefícios sociais.
Hoje é meu aniversário. Estou desesperado aqui. Estou morrendo de fome. A minha preocupação é a minha mulher, que está de barriga. Eu sou homem, eu aguento, mas e a minha mulher, como está?", desabafou, um dia após ser solto.
O homem contou que chegou a pedir ajuda para um irmão, pois está desempregado, mas não recebeu nenhuma resposta. Por isso, decidiu cometer o furto.
Entre 2019 e 2021, os casos de furto desse tipo cresceram de 12% para 20%, de acordo com dados da Defensoria Pública da Bahia que foram concedidos ao programa, via UOL. O programa Corra pro Abraço, que lida com pessoas presas em flagrante por situação de pobreza há 6 anos, acolheu André e a esposa.
Alessandra Coelho, supervisora da iniciativa, comentou sobre o caso: "A gente vai tentar desbloquear esse benefício [social]. Ele não precisaria estar nessa situação se ele tivesse assegurado seus direitos sociais, né? Que são de todos nós, porque a fome não espera".
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