Os pesquisadores estudaram o genoma de indivíduos do Neolítico Médio até a Idade Média para descobrir a origem das peculiaridades dos nativos da ilha
Isabela Barreiros Publicado em 03/03/2020, às 15h28
Uma nova pesquisa publicada pela revista científica Nature Communications revelou a história genética da Ilha de Sardenha, cuja população local possui peculiaridades presentes em seu DNA. O estudo possibilitou a análise de mais de seis mil anos da trajetória dos povos que viveram na região.
A ilha, localizada na costa oeste da Itália, contém uma variante genética que predispõe seus nativos a doenças como a diabetes mellitus tipo 1, beta-talassemia e esclerose múltipla, por exemplo. O DNA dessas pessoas é diferente do resto da Europa.
Os pesquisadores utilizaram o genoma de 70 indivíduos de pelo menos 20 sítios arqueológicos do local, datando desde o Neolítico Médio até o período medieval. A pesquisa revelou que o código genético local permaneceu estável até o final da Idade do Bronze, ainda que outros povos tenham migrado para o continente no período.
Além disso, a diversificação dessa ancestralidade, de acordo com os resultados do estudo, começou a partir da Idade do Ferro, quando outras populações chegaram à ilha. Foram eles os fenícios, púnicos, e, posteriormente, os romanos.
"Os geneticistas estudam o povo da Sardenha há muito tempo, mas não sabemos muito sobre o passado. Houve pistas de que a Sardenha tem uma história genética particularmente interessante, e o entendimento dessa história também pode ter relevância para questões maiores sobre o povoamento do Mediterrâneo", explicou John Novembre, biólogo computacional da Universidade de Chicago e principal autor do artigo.
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