Galinhas que viraram canibais após gripe aviária são investigadas no Reino Unido

O governo do Reino Unido analisa o caso de um fazendeiro que informou que mantém as galinhas do local em espaços separados, pois, um surto de gripe aviária está gerando um ato de canibalismo entre os animais.

De acordo com o veículo local 'The Telegraph', o caso repercutiu após o governo britânico informar nesta segunda-feira, 7, que todas as aves devem ser colocadas em cativeiro, em virtude do significante aumento de casos de gripe aviária.

Segundo informações do UOL, a vigilância sanitária afirmou que esse é o maior surto de gripe entre as aves já registrado no Reino Unido.

Decreto

Após o decreto estabelecido pelo governo do país, além de todos os criadores de galinhas serem obrigados a colocarem as aves em lugares fechados, eles também terão que reforçar as medidas de biossegurança, para garantir a segurança dos animais.

O fazendeiro Anthony Allen, dono da Cotswolds Chickens, cedeu uma entrevista à rádio BBC falando sobre o perigo em manter as aves em um ambiente fechado.

"O regulamento estipula um tipo de lockdown, no qual galinhas devem ser mantidas dentro de um espaço confinado. Sem tentar ser muito detalhado e técnico sobre isso, forçá-las a viver nessa condição pode trazer todos os tipos de problemas, resultando em canibalismo. Portanto, não é o ideal, mas claramente temos um desafio e temos que fazer algo a respeito", disse Allen.

O fazendeiro também aproveitou o espaço para criticar o governo, que ainda não planejou uma vacina para tentar acabar a gripe aviária.

Comentário de especialista sobre vacina

A diretora do departamento de medicina veterinária do Reino Unido, Christine Middlemiss, contou que a vacina só era utilizada em "circunstâncias muito excepcionais" na Inglaterra para aves de zoológico e, por esse motivo, a vacina não foi utilizada para controlar o surto.

A especialista disse que a estratégia ideal no momento é manter os animais presos, para evitar o contato entre as aves selvagens e as da fazenda. Ainda segundo a fonte, Middlemiss disse que o caso está sendo analisado para ser resolvido quanto antes.

Como esta é uma doença zoonótica, ela tem o potencial de infectar pessoas. Nós, do Departamento de Medicina Veterinária, estamos nos preparando, junto à Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido, para esse cenário", declarou a especialista.