Em entrevista, André José de Oliveira afirmou que, apesar de ser contratado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, ele nunca foi trabalhar
Pamela Malva Publicado em 11/08/2021, às 17h00
“Não faço nada, não tenho função”, narrou André José de Oliveira ao explicar como funciona seu cargo de assistente I na Secretaria Municipal de Ação Comunitária (SEAC). Acontece que, em entrevista ao RJ2 na última terça-feira, 10, o homem assumiu ser um funcionário fantasma da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Nomeado pelo secretário Pedro Paulo, da Secretaria de Governo e Integridade Pública, o homem ocupa o cargo público desde o dia 7 de abril deste ano. O problema é que, de acordo com Oliveira, ele nunca trabalhou, mas continua recebendo seu salário.
Eu só vou na secretaria para bater o ponto. Eu sou lotado na secretaria, fui nomeado, mas não trabalho. Sou fantasma. Eu tive a última vez na sexta-feira [6] para assinar o ponto. Assinei o ponto da semana e só. Assino sem trabalhar”, revelou.
Todos os meses, André recebe cerca de R$ 1,7 mil de salário e diz que sua função mais expressiva é ficar “à disposição do secretário Pedro Paulo”. “Ele que determinou minha nomeação na secretaria, e eu fico à disposição dele para fazer política na rua”, narrou.
Afirmando que deseja ser exonerado do cargo, André já trocou mensagens com um segundo funcionário da prefeitura, Leonardo Neves, para acompanhar seu desligamento. “Por favor, veja com Marli e o Pedro a minha situação essa semana. Só preciso que Marli me desligue pra eu seguir minha vida”, teria pedido Oliveira.
Citada na mensagem, Marli Peçanha é secretária municipal de Ação Comunitária e, segundo a Prefeitura do Rio de Janeiro, foi quem escolheu a nomeação de André para o cargo. Além dela, o outro funcionário citado no texto é o próprio secretário Pedro Paulo.
Durante a entrevista, André Oliveira afirma que deseja devolver o dinheiro que ganhou como fantasma, já que “não queria só receber”. Por fim, o funcionário ainda fez questão de revelar que ele não é o único trabalhador fantasma da prefeitura.
Eu vou devolver [o dinheiro que ganhou no cargo], eu quero devolver, não sei como. Eu vou ao MP, quero devolver”, narrou André. “Eu não quero dinheiro da Prefeitura. Claro que tenho um conflito ético, por isso que eu estou fazendo isso.”
Procurada pela reportagem do RJ2, a Prefeitura do Rio de Janeiro afirmou que André Oliveira realmente trabalha na SEAC. Nesse sentido, o órgão pontuou que as principais funções do funcionário giram em torno de realizar visitas em comunidades da região, além de participar de reuniões e atender às demandas da população.
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