Japão tem mantido cerca da 1,3 milhão de toneladas de águas residuais desde a tripla tragédia em 2011
Fabio Previdelli Publicado em 22/08/2023, às 12h35 - Atualizado às 18h59
A partir da próxima quinta-feira, 25, o Japão começará a liberar as águas residuais da usina nuclear de Fukushima Daiichi, destruída em 2011 depois de uma série de eventos catastróficos. A medida desafia a opinião de comunidades pesqueiras, da China e de alguns cientistas.
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Nesta terça-feira, 22, o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, informou que pediu à operadora da usina, a Tokyo Electric Power (Tepco), "que se prepare rapidamente para a descarga de água", que seguirá os planos aprovados pelos reguladores nucleares.
O premiê apontou, segundo repercutido pelo The Guardian, que o descarte de mais de um milhão de toneladas de água armazenada em Fukushima será uma parte essencial do longo e complexo processo de descomissionamento da usina.
A grande polêmica na decisão acontece porque a água da usina contém trítio — substância radioativa que não pode ser removida pela tecnologia de filtragem de água da instalação.
Por conta da decisão, Hong Kong, um dos grandes mercados de exportações japonesas de frutos-do-mar, ameaçou a impor restrições contra a ilha. O chefe-executivo John Lee Ka-chiu disse que o país se opõe fortemente a medida.
Desde o colapso em 2011, a Coreia do Sul e a China já haviam proibido a importação de frutos-do-mar vindos do Japão. O governo chinês, além disso, tem sido mais enérgico ao acusar os japoneses de tratarem o oceano como um "esgoto", aponta o The Guardian.
Recentemente, porém, o governo sul-coreano retirou as restrições, mas a oposição do país se demonstrou preocupada com a decisão da liberação da água de Fukushima; embora a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão regulador da ONU, tenha aprovado a descarga e afirmando que o impacto radiológico seria "insignificante".
Sabe-se que o Japão tem mantido cerca de 1,3 milhão de toneladas de água tratada, que estão armazenadas em mais de mil tanques de aço. Mas a liberação acontecerá com uma vazão máxima de 500 mil litros por dia. Além do mais, as autoridades japonesas realizarão testes na água do mar e nos peixes da região; que já devem estar disponíveis no início do próximo mês e estarão acessíveis no site do ministério da agricultura.
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