O pesquisador percorreu mais de 14 mil quilômetros entre 1817 e 1819. A obra reúne 150 ilustrações esquecidas nos arquivos da Baviera
Mariana Ribas Publicado em 05/12/2018, às 11h00
Há dois séculos, em 1817, o naturalista alemão Carl Friedrich Philipp Martius (1794-1868) recebeu do rei da Baviera a missão de estudar as terras para onde se mudaria a princesa Maria Leopoldina, que tinha casamento marcado com o príncipe português (e futuro rei do Brasil) Dom Pedro I. O resultado da viagem mudou a visão que os europeus tinham do Brasil. Ele percorreu o país ao longo de três anos, ao lado do zoólogo alemão Johann Baptist Spix (1781-1826). Além de mapear a nova casa da princesa, a viagem tinha por objetivo de constituir o acervo científico do Reino da Baviera, que acabara de ser fundado, em 1805.
O livro Martius, escrito por Pablo Diener e Maria Fátima Costa, conta a história dessa expedição e apresenta gravuras exclusivas da viagem. Das 240 ilustrações do livro, 150 são inéditas. Retratam plantas, paisagens e indígenas. A obra inclui ainda pinturas de Rugendas, Ender, Post e outros artistas famosos por suas expedições ao Brasil.
Martius e Spix começaram a expedição pelo Rio de Janeiro. Depois passaram por São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Bahia. Um ano depois, em 1818, chegaram a Salvador, e durante quatro meses percorreram os sertões de Pernambuco, Piauí e Maranhão. Em 1819, exploraram a Bacia do Amazonas. Voltaram antes do planejado, porque Spix ficou doente. Ao terminar a aventura, haviam percorrido mais de 14 mil quilômetros.
Spix nunca mais se recuperou e morreu cinco anos de retornar à Europa. Mas o esforço deixou um legado: o mais completo acervo coletado por europeus no Brasil do século 19.
Já Martius passou cinco décadas estudando o material que coletou. Tornou-se uma referência no assunto. Mas como uma expedição tão famosa ainda deixou imagens a serem descobertas?
Os autores as encontraram nos acervos da Academia de Ciências e da Biblioteca do Estado de Baviera, Também coletaram imagens no Jardim Botânico de Munique, no Museu dos Cinco Continentes, no Museu Imperial e a na Biblioteca Nacional do Brasil.
“Somos pioneiros nessa pesquisa", diz Maria de Fátima. "Estamos trazendo a documentação preparatória da expedição, as instruções de toda ordem, uma riqueza imensa de informações”.
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