“Eterno, sobrenatural, verdadeiramente um gigante.”, descreveu o fotógrafo Alessandro Abdala após se deparar com o animal na Serra da Canastra
Maria Paula Azevedo Publicado em 09/05/2024, às 14h54 - Atualizado em 18/05/2024, às 14h28
Em suas redes sociais, o fotógrafo Alessandro Abdala compartilhou imagens de seu encontro com um enorme tatu-canastra no Parque Nacional da Serra da Canastra, localizado no sudoeste de Minas Gerais, no último mês de março. Apesar de seu tamanho, o animal é raramente avistado até mesmo por profissionais como ele, que trabalha e vive na região há quase 40 anos.
O tatu-canastra encontrado possui costumes noturnos e vive a maior parte do tempo nos longos túneis que cava. Além disso, é considerado um ser solitário, pois não vive em grupo como outras espécies. Assim, apesar de seu impressionante tamanho, é difícil de ser encontrado.
Em êxtase, acabara de conhecer uma lenda, e era mesmo tudo que diziam, um ser extraordinário... eterno, sobrenatural, verdadeiramente um gigante.”, disse Abdala em uma publicação nas redes sociais.
Conforme repercutido pelo UOL, o animal é o maior de todas as espécies de tatu, alcançando 1,5 metros de comprimento e 60 quilos. Apesar de ser característico do Cerrado, ele já foi encontrado em outros biomas do Brasil e da América Latina.
Foi como um transe, subitamente estávamos fora do carro. Respiração ofegante, pernas tremendo, coração acelerado, as mãos mal conseguiam achar os controles da câmera... E nem era para tanto: dócil, sereno, majestoso, o Canastra pouco se deu pela nossa presença, desfilou lenta e calmamente frente às nossas lentes até mergulhar nevoeiro adentro e desaparecer no mar de capinzal que nos rodeava.”, continuou o fotógrafo na publicação.
A proteção dos tatus-canastra é essencial para a sobrevivência de outras espécies do Cerrado e da Amazônia, pois o animal é responsável por cavar tocas de cinco metros de profundidade, que serve de abrigo contra predadores e o calor extremo para vinte outros tipos de espécies.
Em 2013, um estudo publicado sobre o animal se referiu a ele como “um engenheiro de ecossistemas” que “pode ser de alto valor para a comunidade de vertebrados”.
De acordo com a Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza, o tatu-canastra está classificado como vulnerável, indicando que ele pode se tornar extinto na natureza.
No Cerrado, uma das principais ameaças à sobrevivência desse animal é a expansão da agropecuária, que traz consigo o desmatamento e a construção de estradas para facilitar o transporte da produção.
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