Imagem meramente ilustrativa - Foto por Sabrina Ripke pelo Pixabay
Biologia

Fóssil revela fruto antigo que sobreviveu a meteoro que matou dinossauros

Descoberto na Califórnia, fóssil de 80 milhões de anos é ancestral de grupo que originou café, batata, hortelã e tomate; confira!

Éric Moreira sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 13/02/2023, às 10h31

Na década de 1990, um fóssil de um fruto de 80 milhões de anos foi escavado perto de Granite Bay, em Sacramento, Califórnia, nos Estados Unidos. Porém, desde então ele apenas ficou guardado no Museu de História Natural do Sierra College, sem que amplos estudos fossem realizados nele, até que foi finalmente descrito, em novembro de 2022, em um artigo publicado na revista científica Nature Plants.

De acordo com o estudo, como repercutido pela Revista Galileu, o fruto — que recebera o nome 'Palaeophytocrene chicoensis', em homenagem à Formação Chico, onde foi encontrado — corresponde ao gênero Paleophytocrene, sendo isso constatado após uma análise de suas estruturas por meio de microscopia de luz, como informado em nota.

A partir da técnica, diversas fotografias detalhadas do fruto puderam ser geradas, de forma que o arranjo de cristas, fossas e fileiras do fóssil pudessem ser identificadas e comparadas com outras espécies. A pesquisa foi desenvolvida por Brian Atkinson, professor assistente de ecologia e biologia evolutiva da Universidade do Kansas.

A partir das análises, foi possível constatar que o fruto seria um exemplar pertencente ao grupo das lianas, ou seja, seria um ancestral em comum de diferentes vegetais que conhecemos hoje, como o café, a batata, a hortelã e o tomate.

Fotografia do fóssil de planta encontrado na Califórnia / Crédito: Reprodução/Brian Atkinson

 

Frutos mais fortes que dinossauros

Segundo a Revista Galileu, a descoberta é importante para auxiliar na compreensão de um "intervalo crítico" na história da vida no planeta Terra, pois a análise de um fruto tão antigo pode ajudar a desvendar o que perpetuou a existência de outros, mesmo frente ao grandioso evento que extinguiu os dinossauros.

Dessa forma, o pesquisador afirma que o fóssil se faz um ótimo indicador de que, mesmo no passado, poderiam ter existido florestas tropicais com o mesmo nível de complexidade que as modernas.

"Este fóssil mostra que este grupo diversificado de plantas, as lamiídeas, era mais antigo do que se pensava anteriormente, e os ecossistemas Cretáceos na costa oeste da América do Norte podem ter se assemelhado a florestas tropicais estruturalmente complexas", encerra.

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