Fóssil encontrado - Divulgação/Vullo et al/Proceedings B
Tubarão

Fóssil de antigo parente do tubarão-branco é encontrado no México

Fósseis completos de antigo tubarão foram encontrados em pedreiras de calcário em Nuevo León, no nordeste do México

Giovanna Gomes Publicado em 24/04/2024, às 11h36

Um estudo publicado nesta quarta-feira, 24, na revista Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences revela detalhes cruciais sobre um enigmático predador marinho que viveu ao lado dos dinossauros, apresentando-se como um parente antigo do imponente tubarão-branco.

Os fósseis completos desse gigantesco tubarão, pertencente ao gênero Ptychodus, foram encontrados em pedreiras de calcário em Nuevo León, nordeste do México.

As descrições deste gênero, feitas inicialmente no século XVIII, baseavam-se principalmente em seus dentes extraordinários, que podiam medir até 55 centímetros de comprimento e 45 cm de largura, adaptados para esmagar conchas. De acordo com o portal Live Science, esses dentes foram encontrados em diversos depósitos marinhos que datam do período Cretáceo, entre 145 e 66 milhões de anos atrás.

Conforme afirmam os cientistas, a descoberta de espécimes completos do Ptychodus é particularmente empolgante, pois resolve um dos mistérios mais intrigantes da paleontologia de vertebrados. Os fósseis encontrados exibem uma preservação requintada, devido ao seu depósito em uma área tranquila, sem interferências, permitindo a preservação do contorno corporal completo.

A análise desses fósseis revela que esse gigantesco predador pertencia ao grupo dos tubarões-cavala (Lamniformes), que inclui grandes tubarões-brancos, mako e salmão. Com um comprimento de cerca de 10 metros, este tubarão era conhecido por seus dentes maciços, distintos dos tubarões modernos.

Novas descobertas

Contrariando as crenças anteriores, que sugeriam que o Ptychodus se alimentava de invertebrados do fundo do mar, os novos fósseis sugerem que este antigo tubarão tinha uma forma de corpo simplificada, indicando um predador de natação rápida. Essas descobertas levam os pesquisadores a acreditar que ele predava grandes amonitas e tartarugas marinhas.

"Ptychodus ocupou um nicho ecológico especial nos mares do Cretáceo Superior", disse o pesquisador da Géosciences Rennes, Romain Vullo, ao Live Science. De acordo com ele, o animal em questão era o único tubarão pelágico que estava adaptado a comer presas de casca dura, como tartarugas. Isso pode explicar o desaparecimento da espécie cerca de 10 milhões de anos antes do evento de extinção que encerrou o período Cretáceo.

No final do Cretáceo, esses grandes tubarões provavelmente estavam em competição direta com alguns répteis marinhos (mosassauros) visando a mesma presa", disse ele, segundo o portal de ciência.

+ Confira aqui o estudo completo.

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