Espécie que viveu há 160 milhões de anos pode ser elo que preenche lacuna evolutiva da espécie; entenda!
Fabio Previdelli Publicado em 01/11/2023, às 12h56
Na China, cientistas desenterraram dois fósseis de lampreia de 160 milhões de anos. Extremamente bem preservados, eles incluem o maior encontrado até então e ajudam a elucidar a história evolutiva do grupo.
Lampreia é o nome dado a um dos dois grupos vivos de vertebrados sem mandíbulas. Seus primeiros registros fósseis remetem há cerca de 360 milhões de anos. Esses peixes antigos, que possuem 31 espécies vivas hoje, são conhecidos por terem bocas de ventosas cheias de dentes que usam para agarrar as presas a fim de extrair sangue e outros fluidos corporais.
Os fósseis encontrados são datados do período Jurássico (201,3 milhões a 145 milhões de anos atrás) e ajudam a preencher um espaço no período evolutivo entre as primeiras descobertas de fósseis e as linhagens existentes na vida contemporânea.
+ 4 pessoas dos EUA são indiciadas por vender ossos de dinossauro para a China
Os restos foram encontrados em um leito fóssil no nordeste da China. Segundo o LiveScience, eles foram nomeados como Yanliaomyzon occisor e Y. ingensdentes que significam, respectivamente, "assassino" em latim e "dentes grandes" em grego.
Essas lampreias fósseis foram primorosamente preservadas com um conjunto completo de estruturas de alimentação", escreveram os pesquisadores no estudo que foi publicado na última terça-feira, 31, na revista Nature Communications.
De acordo com os autores, é nítido que as lampreias sofreram grandes mudanças desde o início do período Devoniano, analisando os primeiros fósseis. Mas, até então, existiam lacunas nos registros fósseis que impediam uma precisão de quando essas mudanças ocorreram.
O Y. occisor, por exemplo, é o maior dos dois fósseis recém-descobertos e o maior já visto até então, possuindo 64,2 centímetros de comprimento. No entanto, as espécies vivas atuais podem crescer até 120 centímetros; enquanto as primitivas atingiam poucos centímetros.
As mais antigas também tinham dentes minúsculos e simples, além de, provavelmente, não terem glândulas produtoras de anticoagulantes — o que as lampreias modernas usam para manter o sangue de suas presas fluindo.
O aparelho bucal dessas primeiras lampreias indica que elas não eram predadoras ou mesmo parasitas, mas se alimentavam de algas. "As suas oportunidades de alimentação eram bastante limitadas porque a grande maioria dos seus potenciais hospedeiros tinham escamas ou armaduras espessas" que elas não eram capazes de penetrar, acrescentaram os estudiosos.
Mas os fósseis recém analisados apresentam bocas "extensamente dentadas", sugerindo que as lampreias atacavam outros animais há pelo menos 160 milhões de anos, de acordo com o estudo.
Arqueólogos descobrem túmulo medieval com "vampiros" na Polônia
Cientistas dizem que asteroide que extinguiu os dinossauros não estava sozinho
Promotora do caso Menendez gera revolta em documentário da Netflix
Irmãos Menendez: Advogada quebra silêncio em documentário da Netflix
Furacão Milton causa pânico na Flórida: Moradores se preparam para o pior
Veja como arqueólogos encontraram objetos ancestrais em tumba de 1.500 anos