Ossada com pelo menos 100 milhões de anos foi descoberta em Davinópolis, durante obras em uma ferrovia há três anos; saiba mais
Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 27/12/2024, às 17h00
Três anos após a descoberta de ossos bem preservados de um dinossauro em Davinópolis, no sudoeste do Maranhão, pesquisadores confirmaram que se trata de uma espécie ainda desconhecida pela ciência, datada de aproximadamente 100 milhões de anos.
A análise dos fósseis está sendo conduzida pelo paleontólogo Elver Luiz Mayer, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Em entrevista ao g1, Mayer afirmou que as investigações podem trazer novas revelações em breve.
“Identificamos que esses fósseis pertencem a uma espécie distinta de dinossauro do grupo dos saurópodes, sendo realmente uma nova descoberta para a ciência”, explicou Mayer.
Além disso, notamos uma relação de parênteses entre esse dinossauro do Maranhão e outro de fora do Brasil. No entanto, ainda é cedo para detalhes detalhados, pois os resultados científicos estão em fase final e devem ser divulgados no início de 2025", concluiu.
O dinossauro pertence ao grupo dos titanossauros, caracterizado por pescoços longos, cabeças pequenas e dieta herbívora. Esses gigantes poderiam atingir até 8 metros de altura, 20 metros de comprimento e pesar 40 toneladas. No caso do espécime de Davinópolis, estima-se que ele tinha cerca de 18 metros de comprimento.
O processo de análise envolveu identificar quais partes do corpo do animal foram preservadas e compará-las com outros dinossauros descritos na literatura científica, contemporâneos de 100 milhões de anos atrás.
O próximo passo será preparar os fósseis para devolução ao Maranhão, onde deverá ser exposto no Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia, em São Luís. A descoberta contribui para o estudo da evolução desses animais no estado e no Brasil.
"Na região da Ilha do Cajual, perto de São Luís, já foram encontrados fósseis de titanossauro datados entre 95 e 97 milhões de anos, mas geralmente são fragmentos e pequenos isolados.
O achado em Davinópolis é singular por apresentar partes mais próximas e preservadas", destaca ao g1 Manuel Alfredo, paleontólogo da Universidade Federal do Maranhão.
Atualmente, os pesquisadores se concentram na análise microscópica da anatomia dos fósseis, buscando respostas sobre o metabolismo, o crescimento do animal e os fatores ambientais que permitem a preservação dos ossos.
A descoberta em Davinópolis ocorreu em abril de 2021, durante as escavações para a construção de uma ferrovia por uma empresa privada. A retirada dos fósseis aconteceu em junho do mesmo ano, após os trabalhadores notificarem os pesquisadores. Entre os achados, encontravam-se um fêmur com mais de 1,5 metro, patas, costelas e vértebras do dinossauro.
"Os fósseis estavam concentrados em uma área muito pequena, o que sugere a possibilidade de serem do mesmo indivíduo, embora ainda não tenhamos certeza, já que não encontramos ossos duplicados", explicou Mayer. Todo o material foi enviado para a Unifesspa, onde está sendo analisado.
Apesar de ser o primeiro achado em Davinópolis, não é a primeira descoberta de titanossauros no Maranhão. Fósseis da mesma espécie já foram localizados na Ilha do Cajual, próxima à Alcântara, reforçando a importância da região para o registro pré-histórico.
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