Os diferentes artefatos foram encontrados em múltiplas partes da Europa Central, evidenciando um culto desconhecido que conectava populações variadas
Isabelly de Lima Publicado em 08/01/2024, às 08h37
Arqueólogos da Universidade de Masaryk, na República Tcheca, fizeram uma descoberta intrigante perto da vila de Lány: uma fivela de cinto medieval ornamentada com a imagem de uma cobra ou dragão devorando um sapo.
Essa descoberta, feita com detectores de metal, levanta a hipótese de representar um símbolo ligado a um culto pagão até então desconhecido. O estudo sobre essa fivela foi recentemente publicado no Journal of Archaeological Science.
A representação da cobra ou dragão enfrentando um sapo tem conotações simbólicas significativas. Segundo a Universidade de Masaryk, "lutar contra um dragão ou uma cobra é um dos motivos básicos nos mitos cosmogônicos de criação do mundo de muitas culturas diferentes, enquanto a interação entre o sapo e a cobra pode ser vinculada às práticas cultuais de fertilidade".
Inicialmente considerada rara, a fivela se revelou parte de um grupo de artefatos chamado "Avar belt fittings", produzido nos séculos 7 e 8 d.C. Esses artefatos eram uma parte do traje dos ávaros, um povo nômade estabelecido na Bacia dos Cárpatos, atual Hungria.
O professor Jiří Macháček, chefe do Departamento de Arqueologia e Museologia, percebeu que a descoberta não estava isolada, pois artefatos quase idênticos foram desenterrados na Alemanha, Hungria e Boêmia, de acordo com a Galileu.
Essa constatação levou a equipe a sugerir a existência de um culto pagão previamente desconhecido, conectando diferentes regiões da Europa Central no início da Idade Média, antes da disseminação do Cristianismo.
Segundo o professor, tal moda era adotada por diversos povos, como os eslavos: "O motivo de uma serpente ou cobra devorando sua vítima aparece na mitologia germânica, ávara e eslava", diz Macháček. "Era um ideograma universalmente compreensível e importante. Hoje, só podemos especular sobre seu significado exato, mas, no início da Idade Média, conectava os diversos povos que viviam na Europa Central em um nível espiritual".
A análise desses artefatos envolveu técnicas avançadas, como fluorescência de raios-X, microscopia eletrônica de varredura e análise química de isótopos de chumbo. Os resultados apontam para a origem comum do cobre usado na produção desses artefatos, proveniente das Montanhas de Minério da Eslováquia.
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