Família de veterano que arrecadou quase 33 milhões de libras (cerca de R$ 241 milhões) para o sistema público de saúde britânico, teria se beneficiado das doações
Giovanna Gomes Publicado em 21/11/2024, às 12h54
Um relatório publicado pela Comissão de Caridade no Reino Unido aponta que a família do capitão Sir Tom Moore, conhecido por arrecadar milhões para o sistema público de saúde britânico durante a pandemia, teria se beneficiado financeiramente de forma irregular em seu nome. O documento acusa sua filha, Hannah Ingram-Moore, e seu marido, Colin, de má gestão e má conduta na administração da Fundação Capitão Tom, criada em homenagem ao veterano.
O capitão Tom Moore conquistou a admiração do público ao arrecadar quase 33 milhões de libras (cerca de R$ 241 milhões) caminhando em seu jardim aos 100 anos. Ele se tornou uma figura nacional, recebendo homenagens como o título de cavaleiro pela rainha Elizabeth II e o prêmio BBC Sports Personality of the Year. Moore faleceu em fevereiro de 2021 após contrair Covid-19.
A Comissão de Caridade revelou que as vendas da autobiografia de Moore, 'Tomorrow Will Be A Good Day', não geraram nenhum benefício para a instituição.
De acordo com o portal Extra, embora o veterano tenha mencionado no prefácio do livro que as vendas contribuiriam para a fundação, um adiantamento de 1,4 milhão de libras foi pago a uma empresa administrada por Hannah e Colin, sem repasse à instituição.
Além disso, o relatório destacou que Hannah embolsou 18 mil libras por participar de uma cerimônia de premiação, enquanto apenas 2 mil foram doadas à fundação. A comissão também criticou o casal por usar o nome da instituição em um pedido de construção de um bloco de piscinas em sua residência, atribuindo isso à "pressa e confusão" enquanto trabalhavam em projetos globais de mídia.
A investigação apontou um "padrão de comportamento" que levou à proibição do casal de atuar como curadores de instituições de caridade. O documento recomendou que os Ingram-Moores façam uma doação adequada para compensar as declarações públicas que vinculavam a venda do livro à fundação, afirmando que o público "compreensivelmente se sentiria enganado".
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