O fóssil conhecido como Tristan Otto foi submetido a uma técnica inédita que permitiu o diagnóstico
Isabela Barreiros Publicado em 01/12/2021, às 13h47
Um tiranossauro rex famoso conhecido como Tristan Otto foi diagnosticado com uma infecção óssea na mandíbula após um novo estudo submeter seu fóssil a uma inédita técnica de imagem médica.
O esqueleto foi encontrado em 2010 pelo paleontólogo Craig Pfister na Formação Hell Creek em Montana, nos Estados Unidos, e se tornou um dos mais completos já descobertos, com 170 ossos.
Comprado por colecionadores, o dinossauro foi batizado de Tristan Otto em homenagem a seus filhos. Eles decidiram, mais tarde, emprestar o espécime ao Museu de História Natural de Berlim, na Alemanha, onde se encontra até hoje.
Uma equipe de pesquisadores, liderada pelo Dr. Charlie Hamm, radiologista do Hospital da Universidade Charité em Berlim, decidiu submeter o fóssil a uma tomografia computadorizada específica, chamada de “de dupla energia” (DECT).
A técnica funciona de maneira diferente de uma tomografia comum e permitiu que os cientistas pudessem obter informações aprofundadas sobre a composição química dos ossos do tiranossauro rex, como noticiou o portal Live Science.
"Pelo que sabemos, esta é a primeira vez que fomos capazes de realmente implementar esse método em fósseis", afirmou Hamm.
Grande parte da mandíbula esquerda de Tristan Otto foi submetida ao procedimento e uma massa semelhante a um tumor na superfície do osso foi analisada, revelando alta concentração do elemento flúor em comparação com o osso restante.
De acordo com os pesquisadores, a principal hipótese é de que a região apresentou mais flúor porque ela era menos densa que os tecidos circundantes no período em que o dinossauro morreu.
Durante a fossilização, a água subterrânea que continha flúor entrou em contato com o fóssil e o elemento penetrou mais nas partes menos densas, possivelmente por conta de uma infecção, o que acabou conservado no esqueleto do animal.
O Tristan Otto foi diagnosticado com osteomielite tumefativa, uma infecção óssea capaz de produzir massas tumorais, de acordo com os resultados apresentados pelos cientistas durante a reunião anual da Sociedade Radiológica da América do Norte.
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