Com o avanço da inteligência artificial, o principal pesquisador afirma que a descoberta pode levar a detecção precoce da doença
Isabelly de Lima, sob supervisão de Wallacy Ferrari Publicado em 17/04/2023, às 15h00
Um estudo publicado na Alzheimer’s Association revelou que novas tecnologias que captam mudanças sutis na voz de um paciente podem colaborar com os médicos a diagnosticarem o comprometimento cognitivo e também a doença de Alzheimer, antes mesmo que os sintomas comecem a aparecer.
O pesquisador Ihab Hajjar, do Peter O'Donnell Jr., Instituto do Cérebro da UT Southwestern Medical Center, afirma que o foco “foi identificar alterações sutis de linguagem e áudio que estão presentes nos estágios iniciais da doença de Alzheimer, mas que não são facilmente reconhecíveis por familiares ou pelo médico de cuidados primários de um indivíduo”.
A equipe de pesquisadores utilizou ferramentas avançadas de aprendizado de máquina e processamento de linguagem natural (NLP) e também avaliaram diversos padrões de fala em 206 pessoas. Dentre elas, 114 atendiam aos critérios de declínio cognitivo leve e os outros 92 não apresentavam comprometimento.
Segundo a Galileu, os participantes do estudo receberam múltiplas avaliações cognitivas padrão antes de serem solicitados a registrar uma descrição sobre uma obra de arte, de 1 a 2 minutos, de forma espontânea.
As descrições gravadas da imagem nos forneceram uma aproximação das habilidades de conversação que poderíamos estudar por meio de inteligência artificial para determinar o controle motor da fala, densidade de ideias, complexidade gramatical e outras características da fala”, disse o Dr. Hajjar.
As análises das falas dos participantes foram comparadas com amostras de líquido cefalorraquidiano e exames de ressonância magnética para determinar com que precisão os biomarcadores de voz digital detectaram tanto o comprometimento cognitivo leve quanto o estado e a progressão da doença de Alzheimer.
O doutor garante: “Diagnósticos precoces dão aos pacientes e familiares mais tempo para planejar o futuro e aos médicos maior flexibilidade na recomendação de intervenções promissoras no estilo de vida”.
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