Acreditava-se que a habilidade de se movimentar com ritmo musical era exclusiva aos humanos, mas ratos se mostraram 'fãs' de Lady Gaga e Queen
Redação Publicado em 16/11/2022, às 11h16
Uma ação praticamente involuntária e inerente à humanidade, que é uma característica presente em pessoas de diferentes culturas, tradições e países, é a de balançar a cabeça e se movimentar de acordo com o ritmo de uma música.
Muito se acreditava que a habilidade seria exclusiva aos seres humanos, visto também que somos a única espécie que produz música como expressão artística, até que, recentemente, alguns ratos provaram o contrário.
De acordo com a pesquisa realizada por pesquisadores japoneses da Universidade de Tóquio, publicada na edição de 11 de novembro da revista Science Advances, o ritmo ideal para se balançar a cabeça depende da constante de tempo no cérebro, ou seja, da velocidade com a qual nosso corpo reage a estímulos. Como essa velocidade é semelhante em todas as espécies, no entanto, a capacidade rítmica pode se mostrar mais comum do que se imaginava.
Vale mencionar aqui a habilidade apresentada por algumas aves, como papagaios, de imitar sons que ouvem, incluindo a fala humana, com uma cópia até mesmo do ritmo, ao acreditar que a habilidade pode ser comum. Os processos envolvendo os sistemas neurais e motores, porém, que controlam o movimento do corpo, são mais complexos.
Para confirmar a hipótese de que ratos também podem se mover a partir de ritmos musicais, os pesquisadores exibiram diversas músicas a um grupo de 20 participantes humanos e 10 ratos, como informado pela Revista Galileu. Então, os animais foram equipados com miniaturas de acelerômetros sem fio, que mediam os movimentos de suas cabeças, enquanto as pessoas utilizavam acelerômetros em fones de ouvido.
Nos experimentos, diversas canções famosas e dos mais variados gêneros e ritmos foram tocadas, como Lady Gaga e Queen. Uma das escolhas mais eficientes nos testes inclusive se tratava de uma clássica obra de Mozart, a 'Sonata para Dois Pianos em Ré Maior', que foi tocada em quatro tempos diferentes — 75%, 100%, 200% e 400% do tempo original, de 132 batidas por minuto (bpm).
Após os testes, resultados indicavam que a sincronicidade dos ratos era maior e mais clara na faixa entre os 120 e os 140 bpm — a mesma que a dos humanos. Com isso, foi possível observar uma variação no ritmo de acordo com o aumento ou diminuição dos bpm das músicas.
A seguir, gostaria de revelar como outras propriedades musicais, como melodia e harmonia, se relacionam com a dinâmica do cérebro (...) Também estou interessado em como, por que e quais mecanismos do cérebro criam campos culturais humanos, como belas artes, música, ciência, tecnologia e religião", diz Hirokazu Takahashi, coautor do estudo.
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