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Lua

Estudo com poeira trazida da Apollo 17 aponta que Lua é 40 milhões de anos mais velha

Hipótese aponta que Lua se formou após rocha do tamanho de Marte colidir contra a Terra; entenda!

Fabio Previdelli Publicado em 23/10/2023, às 11h02

Uma das hipóteses para o surgimento da Lua é chamada de "impacto gigante". Nela, cientistas apontam que a Lua se formou depois da Terra ter sido atingida por um planeta do tamanho de Marte — o que lançou uma bola de rocha derretida no espaço. Até então, acredita-se que o evento aconteceu há 4 bilhões de anos.

Mas cristais lunares trazidos da missão Apollo 17, em 1972, podem provar que nosso satélite natural é 40 milhões de anos mais velho do que se imaginava. O estudo foi publicado na revista científica Geochemical Perspectives Letters.

+ Apollo 17: Por que nunca voltamos à Lua?

O nascimento da Lua

À medida que a rocha derretida foi lançada no espaço, essa superfície de magma foi esfriando e se solidificou — formando cristais de silício chamados de zircões. Graças à sua resistência ao calor e ambientes adversos, esses cristais sobreviveram e podem ser a chave para a datação.

Principal autor do estudo, Philipp Heck, da Universidade de Chicago, explicou ao Daily Mail a importância de determinar a idade de nosso satélite natural: "A Lua é um parceiro importante no nosso sistema planetário — estabiliza o eixo de rotação da Terra, é a razão pela qual o dia tem 24 horas, é a razão pela qual temos marés".

Sem a Lua, a vida na Terra seria diferente", prossegue. "É uma parte do nosso sistema natural que queremos compreender melhor, e o nosso estudo fornece uma pequena peça deste quebra-cabeça".

Há mais de quatro bilhões de anos, quando se acredita que a Lua se formou, nosso Sistema Solar ainda era 'jovem' e a Terra ainda estava em processo de 'desenvolvimento'.

Para calcular sua idade, os pesquisadores usaram uma amostra de poeira lunar trazida pelos astronautas da Apollo 17 (última missão tripulada enviada à Lua, em 1972) em um teste chamado tomografia por sonda atômica; descobrindo que os zircões possuem 4,46 bilhões de anos.

"Esses cristais são os sólidos mais antigos conhecidos que se formaram após o impacto gigante", diz o pesquisador. "E, porque sabemos a idade desses cristais, eles servem como um guia para a cronologia lunar".

Os cristais de zircão contêm urânio radioativo, que se decompõe em chumbo a uma taxa bem definida, o que permite aos cientistas determinar a idade de uma amostra de rocha medindo a quantidade de chumbo e urânio contidos nela. "Agora temos uma data dos zircões, por isso podemos dizer a que horas o oceano de magma deve ter sido solidificado, ou em grande parte se solidificado".

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