Esqueleto foi encontrado com feto na barriga; a medicina egípcia era avançada, mas não pôde fazer muito por ela
Thiago Lincolins Publicado em 23/11/2018, às 15h02 - Atualizado às 15h03
Durante escavações em Kom Ombo, sítio arqueológico em Aswan, no Egito, arqueólogos da Universidade de Yale e especialistas da Universidade de Bolonha fizeram uma descoberta algo desconfortável. O esqueleto de uma mulher grávida, datado de 3 700 anos, foi enterrado com o feto dentro do seu corpo.
A morte foi esclarecida num trabalho forense. De acordo com a pesquisa, ela estava nas semanas finais de gestação quando veio a óbito – o feto foi encontrado de cabeça para baixo, apontado para a pélvis da mulher. A posição indica que ela morreu após entrar em trabalho de parto.
Os pesquisadores acreditam que a mulher tinha aproximadamente 25 anos quando morreu. Seu corpo foi encontrado enrolado numa mortalha de couro no cemitério. Após análises, os arqueólogos identificaram anormalidades nos ossos pélvicos, indicando uma possível fratura antiga que não foi devidamente tratada. Esse problema pode ter dificultado o parto e resultado nas mortes da jovem e do feto. Alguns materiais também indicam sua profissão: uma fabricante de contas decorativas.
“A descoberta de um feto morto numa mulher desse período é extremamente rara”, afirma a bioarqueóloga Sandra Wheeler, da Universidade do Sul da Flórida, à National Geographic. “Isso reforça a ideia de que o parto era precário e a mortalidade maternal é algo que as pessoas tiveram de enfrentar por todas as eras”.
Na gravidez, as antigas egípcias pediam proteção à deusa hipopótama Taweret. Egiptólogos interpretam o fato de Taweret ser representada por um animal que os egípcios sabiam ser extremamente perigoso como um indicador da necessidade de proteção. O achado reforça essa ideia.
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