O espião estava no Rio há cerca de 5 anos e dados fiscais revelaram altos pagamentos do Exército, da Marinha e do Ministério da Cultura
Redação Publicado em 04/04/2023, às 18h22
Na última segunda-feira, 3, o jornal inglês The Guardian informou que um morador do Rio de Janeiro há, ao menos, cinco anos, Gerhard Daniel Campos Wittich, que até então se dizia brasileiro de família austríaca é, na verdade, um “suposto espião russo”, de sobrenome Shmyrev.
Em janeiro, o homem teria simulado um desaparecimento e já estaria de volta a Moscou, junto de sua suposta esposa Maria Tsalla ou Irina Romanova, que atuou em Atenas, na Grécia, como espiã. O jornal ainda disse que, recentemente, ele adquiriu um imóvel próximo ao consulado americano no Rio de Janeiro.
Mas o que chamou a atenção foi seu histórico financeiro, já que, de acordo com dados do Portal da Tranparência, Gerhard possui uma gráfica chamada “3D Rio – Impressão 3D” e consta pagamentos da Marinha, do Exército e do Ministério da Cultura, segundo o Uol.
No total, o espião recebeu R$ 14,3 mil da Marinha, R$ 3.500 do Exército e R$ 8.500 do Ministério da Cultura. Três serviços foram prestados para a Marinha, em junho, julho e setembro de 2020, e as aquisições foram para a “confecção de equipamento" para enfrentamento à pandemia de covid-19.
Já para o Exército, o serviço prestado por ele, em junho de 2022, foi para custear despesas para impressão, modelagem e acabamento em 3D. Seu trabalho mais antigo foi para o Ministério da Cultura, que ocorreu em janeiro de 2020. A nota fiscal informa que a empresa do russo foi contratada para a impressão 3D de 500 batoques para rolos de filmes.
O Exército ainda não se manifestou acerca da situação, mas a Marinha descartou que o sigilo e a segurança das operações foram comprometidos com os serviços do espião. Confira a nota completa:
A Marinha do Brasil, por meio do Centro Tecnológico do Corpo de Fuzileiros Navais, informa que adquiriu serviços ocasionais relativos a suprimentos para impressão na empresa 3D RIO - durante as operações de enfrentamento à covid-19. Os produtos adquiridos, portanto, não comprometeram o sigilo e a segurança das operações da MB e tampouco atestam qualquer tipo de relacionamento entre a Força e o senhor Gerhard Daniel Campos Wittich”.
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