O rinoceronte-branco-do-norte está quase extinto, pois somente duas fêmeas estão vivas, mas pesquisadores encontraram técnica que pode reverter a situação
Isabelly de Lima Publicado em 24/01/2024, às 15h27
Nesta quarta-feira, 24, participantes do programa científico BioRescue apresentaram resultados curiosos em Berlim sobre uma possível salvação de uma espécie de rinocerontes que está em extinção. Com somente duas fêmeas estéreis vivas (de toda espécie), a extinção do rinoceronte-branco-do-norte era quase certeira, até que cientistas fizeram algo inovador.
A equipe de cientistas conseguiu cultivar um embrião de rinoceronte através de inseminação artificial em uma “mãe de aluguel”. Esse caso virou o primeiro bem-sucedido de transferência de embriões em paquidermes (mamíferos de pele grossa). Thomas Hildebrandt, veterinário líder do projeto, disse: "Juntos alcançamos algo que jamais imaginamos ser possível”.
Essa nova técnica possui o potencial de preservar outras espécies ameaçadas, informaram os pesquisadores. O embrião em questão foi criado em um laboratório de reprodução na Itália e foi inserido na fêmea em setembro de 2023, no Quênia, de acordo com o UOL.
A gravidez foi um sucesso, mas a rinoceronte grávida morreu após pegar uma infecção e, junto com ela, morreu também o feto de 70 dias. A gestação completa de rinocerontes dura, em média, 16 meses. A decisão de testar o método nas subespécies do sul é para preservar os raros embriões das subespécies do norte para experiências futuras.
Os pesquisadores salvaram espermatozoides de espécimes masculinos de rinoceronte-branco-do-norte, que serão utilizados para fertilizar os óvulos das fêmeas mais jovens. Essa nova fase está prevista para começar entre maio e junho ainda deste ano, segundo Hildebrandt. Para essa finalidade, cerca de 30 embriões estão congelados desde 2019, mas podem ser preciso muitos anos para que algum nascimento seja bem-sucedido.
Os planos para caso a situação dê certo, é levar os rinocerontes filhotes para perto das duas fêmeas restantes da espécie no Quênia, Najin e Fatu, de 23 e 33 anos.
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