Fotografia da embarcação que naufragou e vitimou centenas de pessoas em 2023 - Divulgação/Hellenic coasguard
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Egípcios acusados por um dos naufrágios mais mortais do Mediterrâneo são inocentados

Em 2023, nove egípcios foram acusados de provocar naufrágio de migrantes na Grécia, que vitimou cerca de 600 pessoas; entenda desfecho do caso!

Éric Moreira Publicado em 21/05/2024, às 10h29

Nesta semana, nove homens egípcios que eram acusados de provocar um dos naufrágios mais mortais do Mediterrâneo, que ocorreu na costa da Grécia em junho de 2023, foram inocentados. Segundo o tribunal, não havia jurisdição para julgar o caso, visto que o desastre ocorreu em águas internacionais.

Segundo o The Guardian, na época, cerca de 700 pessoas que buscavam migrar do Paquistão, Síria e Egito, embarcaram em um barco de pesca rumo à Itália, mas a embarcação afundou no meio do caminho, na costa de Pilos, no sudoeste da Grécia. Das 700 pessoas, apenas 104 foram resgatadas com vida, e 82 corpos foram recuperados.

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Os egípcios acusados de serem os responsáveis pelo desastre foram detidos apenas algumas horas depois do naufrágio, e foram mantidos em prisão preventiva até o julgamento, sendo acusados de contrabando de migrantes, de causarem um naufrágio e de se envolverem em uma organização criminosa. No entanto, desde o ano passado, eles negam qualquer irregularidade no que faziam.

Esta é uma grande vitória para os direitos humanos na Grécia", disse o advogado Spyros Pantazis, de defesa dos acusados, à Reuters. "Nove homens inocentes estão em liberdade. Finalmente, depois de uma enorme luta e dor, a justiça foi feita".

Desde o naufrágio, não só os advogados de defesa, mas também vários grupos de defesa dos direitos humanos e testemunhas contestam que os egípcios sejam culpados. Nesta terça-feira, 21, grupos protestaram em frente ao tribunal para denunciar as políticas migratórias da Europa, criticando o que descreveram como "encobrimento estatal".

Relembre o caso

Era 14 de junho de 2023, imagens de uma embarcação superlotada circularam o mundo, após naufragar. Na ocasião, várias organizações criticaram a guarda costeira helênica, que havia sido alertada sobre problemas no motor do navio cerca de 15 horas antes de afundar, alegando que ela poderia ter evitado ou amenizado o desastre.

Segundo o The Guardian, as vítimas, que incluíam paquistaneses, sírios, egípcios e palestinos, embarcaram na Líbia e fugiam rumo à Itália. Em sua totalidade, os sobreviventes eram homens adultos, pois mulheres e crianças faziam a viagem no porão do barco, e não conseguiram escapar. A região do naufrágio, vale mencionar, é uma das áreas mais profundas do Mediterrâneo, o que dificultou a busca pelos corpos.

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