O presidente Jair Bolsonaro - Getty Images
Brasil

The Economist: Autoritarismo no Brasil nunca foi tão grande

'Índice de Democracia' aponta que país vive seu momento mais antidemocrático desde que levantamento começou, em 2006

Fabio Previdelli Publicado em 10/02/2022, às 17h13

O jornal britânico The Economist publicou um levantamento sobre o 'Índice de Democracia' no mundo nesta quinta-feira, 10. Segundo o periódico, o Brasil registrou sua pior marca da história, o que significa o aumento do autoritarismo no país.

De acordo com a publicação, os ataques do presidente Jair Bolsonaro à instituições democráticas é um dos principais fatores por trás do número. 

Para chegar ao índice, o The Economist define cinco critérios: 1º pluralismo no processo eleitoral; 2º a eficiência do sistema governamental; 3º a participação da população na política; 4º a cultura de participação da população na política; e o 5º diz respeito às liberdade civis. 

Para se ter uma ideia, conforme aponta o Congresso em Foco, o índice brasileiro em 2020 foi de 6,92. Já no ano passado, a nota foi ainda menor: 6,86 — o número é o pior atribuído ao Brasil desde que o índice começou a ser medido, em 2006. 

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, exigiu a renúncia de dois membros da Suprema Corte em decorrência de uma investigação sobre suspeitas de que grupos pró-Bolsonaro estariam espalhando notícias falsas”, justificou o periódico sobre o principal motivo para a queda de desempenho. 

O jornal também pontuou que seus analistas demonstraram preocupação com o posicionamento político do nosso chefe de Estado.

“Ele também questionou a integridade do sistema eletrônico de votação no Brasil, apesar de não haver qualquer evidência de fraude eleitoral. O senhor Bolsonaro chegou ao ponto de dizer que ignoraria os resultados das eleições presidenciais de 2022– comentário retratado por ele mais tarde”.

De acordo com a publicação, as projeções para 2022, no entanto, não são nada otimistas, principalmente por conta das eleições para presidente.

“O Sr. Bolsonaro provavelmente continuará seus ataques às instituições democráticas, e tentará minar a confiança na integridade eleitoral até as eleições de outubro. Especialmente conforme as pesquisas apontarem que ele se encontra concorrendo atrás de um ex-presidente de esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva”.

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