Durante pesca, amigos encontram crânio de golfinho de 5 mil anos por engano

Um achado surpreendente em San Pedro, na província de Buenos Aires, Argentina, está chamando a atenção da comunidade científica. Pescadores locais retiraram acidentalmente do riacho Baradero um crânio de golfinho de 5.000 anos, preservado de forma excepcional.

A descoberta, considerada um marco histórico, abre novas portas para o estudo da paleontologia na região. O crânio, com 60 centímetros de comprimento e 35 centímetros de largura, pertence à espécie "nariz-de-garrafa" (Tursiops truncatus), conhecida por suas características de raciocínio semelhantes às dos seres humanos.

Segundo especialistas do Museu Paleontológico de San Pedro, a presença do golfinho no local se deve ao último avanço do mar no delta do Paraná durante o Holoceno, há cerca de 7.000 a 3.500 anos.

O achado, considerado de grande importância para o campo científico, está sendo analisado por especialistas do Museu Argentino de Ciências Naturais Bernardino Rivadavia (MACN-CONICET), de acordo com o portal O Globo.

Descoberta inédita

San Pedro, conhecida por ser um importante local de descoberta de objetos milenares, já havia revelado fósseis de tatus, tigres-dentes-de-sabre e outros animais pré-históricos. A cidade se consolida como um centro de pesquisa paleontológica de grande relevância, atraindo cientistas e especialistas de todo o mundo para desvendar os segredos do passado.

O diretor do Museu Paleontológico de San Pedro, José Luis Aguilar, destacou ao La Nación:

Esta descoberta é o primeiro registro de golfinhos para o norte da província de Buenos Aires e sul de Entre Ríos, relacionado ao último avanço do mar no continente. Em outras ocasiões, recuperamos restos desse avanço em nossa região: conchas, ostras e até vestígios de uma antiga praia marinha. Em certas ocasiões, foram encontrados restos fragmentados de baleias. Mas nunca o crânio completo de um golfinho".

"Anteriormente, foram datadas amostras de vertebrados marinhos em localidades vizinhas, como Baradero e Ramallo, que apresentaram antiguidades variando de 5000 a 6000 anos. O estado da peça recuperada e suas características de conservação nos permitem inferir que este material é do mesmo intervalo temporal", acrescentou ele.