Maria Laura Canineu, diretora da Human Rights Watch (HRW) no Brasil, refletiu sobre a ameaça à democracia no país
Fabio Previdelli Publicado em 13/01/2022, às 14h39
Maria Laura Canineu, diretora da Human Rights Watch (HRW) no Brasil, declarou que instituições políticas brasileiras precisam tomar cuidado para que não aconteça no país um cenário parecido com a invasão ao Capitólio, sede do Congresso americano, após o presidente Donald Trump perder as eleições presidenciais em 2020.
Canineu teme que Jair Bolsonaro possa articular ataques semelhantes caso perca a corrida eleitoral que acontecerá este ano — conforme relatou a equipe do site do Aventuras na História, Lula vence em todos os cenários de segundo turno.
A sociedade civil brasileira, a comunidade internacional e as instituições precisam continuar vigilantes para que não aconteça aqui o que aconteceu nos EUA com a invasão ao Capitólio", alertou Maria Laura em entrevista ao UOL.
A declaração corrobora com o Relatório Mundial de 2022 publicado pela HRW no dia de hoje, 13, onde dedica um extenso espaço para ressaltar a deterioração das instituições democráticas do país, que foram causadas, principalmente, por ações do presidente Bolsonaro.
Em 6 de janeiro de 2021, apoiadores do presidente Donald Trump invadiram o Congresso dos Estados Unidos para contestar o resultado das eleições, vencidas pelo democrata Joe Biden.
Desde então, mais de 720 pessoas foram presas pelo ato e indiciadas por crimes como invasão, destruição de propriedade pública e lesão corporal. Mais de um ano depois, conforme repercutiu o site do Aventuras, 35 milhões de americanos ainda acreditam que eleições foram fraudadas.
No dia seguinte ao episódio, como aponta o relatório do HRW, Bolsonaro declarou que um ato ainda pior poderia acontecer no Brasil — a revolta serviu como condicionamento à manutenção das eleições apenas por voto eletrônico.
Se nós não tivermos o voto impresso em 2022, uma maneira de auditar o voto, vamos ter problema pior do que nos Estados Unidos", disse à época.
Além do mais, a diretora lembra que, em muitas ocasiões, o chefe de Estado brasileiro atacou sistematicamente o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Supremo Superior Eleitoral (TSE), vociferando à favor do voto impresso.
“As instituições brasileiras têm se mostrado fortes e capazes de conter as ameaças mais fortes e relevantes de Bolsonaro. O que a gente tem de expectativa é que elas continuem a fazer isso. Esse ano é mais importante ainda que se faça, tendo em vista a proximidade das eleições”, completou.
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