A entrada da cidade ligava o portal ao luxuoso palácio do califado de Medina Azahara antes de sofrer um ataque incendiário
Wallacy Ferrari Publicado em 16/03/2020, às 07h00 - Atualizado às 07h54
Há seis quilômetros de Córdoba, na Espanha, um palácio localizado em Medina Azahara, construído por volta de 936 até 940 d.C, teve parte de seus destroços encontrados. O palácio foi queimado quando a cidade foi saqueada durante uma invasão de rebeldes berberes que acabou derrubando o califa Abd-al-Rahman III, em 1010 d.C.
Entre os itens que compunham o palácio, o lendário portal da cidade, formado por paredes com aberturas em côncavo, pode ter seus destroços localizados embaixo de seus escombros. A estrutura tem hoje três andares identificados de resquícios do palácio e as bases estruturais do portal foram encontradas na terceira e mais funda camada.
A busca e estudo arqueológico no local iniciou em 1910 e Medina Azahara, considerada a cidade brilhante, se tornou Patrimônio Mundial da UNESCO em 2018. A área do palácio era onde o califado e o exército do mesmo se reunia, com um espaço construído equivalente há dois campos de futebol. Porém, por ser uma estrutura repleta de pinturas e detalhes com metais preciosos, suas ruínas foram roubadas, dificultando o trabalho de pesquisa.
O arqueólogo Alberto Canto, da Universidade Autônoma de Madri, lidera a investigação e afirmou ao Daily Mail que somente nos destroços do portal a equipe conseguiu descobrir azulejos, madeiras, pregos, vigas, dobradiças e diversos ornamentos. Com os materiais coletados, os pesquisadores pretendem reconstruir digitalmente a entrada para recuperar a memória da região.
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