Tribunal Distrital de Gwangju declarou Kim Shin Hye, de 47 anos, inocente do crime que a condenou à prisão perpétua em 2000
Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 07/01/2025, às 12h45
Na segunda-feira, um tribunal da Coreia do Sul absolveu uma mulher que passou quase 25 anos na prisão, após ser falsamente acusada de assassinar seu próprio pai.
O Tribunal Distrital de Gwangju declarou Kim Shin Hye, de 47 anos, inocente do crime que a condenou à prisão perpétua em 2000. A decisão veio após um novo julgamento, que destacou a falta de evidências concretas e a ausência de um motivo claro para que Kim cometesse o ato.
A confissão inicial da Sra. Kim, que levou à sua condenação, foi desconsiderada pelo tribunal, já que ela havia retratado suas declarações. Segundo o The Korea Herald, Kim afirmou ter mentido à polícia para proteger seu irmão de uma possível prisão. Apesar de ter retirado a confissão, ela foi condenada pela Suprema Corte em 2001.
Os promotores na época alegaram que Kim havia misturado 30 pílulas para dormir em uísque e dado uma bebida ao seu pai, de 52 anos, antes de matá-lo em sua casa. Ela também foi acusada de abandonar o corpo em uma estrada, a cerca de 6 km da residência familiar, localizada em Wando, na província de Jeolla do Sul.
Inicialmente, Kim confessou o crime, alegando que o pai abusava sexualmente dela e de sua irmã mais nova. No entanto, ela negou as acusações durante o julgamento.
É possível que Kim tenha feito uma confissão falsa por diferentes razões", declarou o tribunal de Gwangju.
Além disso, o tribunal destacou que não havia provas de que o pai de Kim tivesse ingerido os comprimidos para dormir mencionados na acusação. O relatório de autópsia não detectou grandes doses de medicamentos no corpo da vítima, enquanto o nível extremamente alto de álcool no sangue — 0,303% — foi apontado como uma possível causa de morte.
Embora existam dúvidas sobre a possibilidade de Kim ter incentivado seus irmãos a darem declarações falsas e existam inconsistências em seus depoimentos, o tribunal concluiu que essas declarações, isoladamente, não eram suficientes para sustentar uma sentença.
Após sua liberação, Kim comentou: "Tenho muitas reflexões sobre o fato de ter levado décadas para corrigir algo tão errado. Lamento profundamente não ter sido capaz de proteger meu pai, que sofreu tanto antes de sua morte".
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