O presidente Jair Bolsonaro segurando uma caixa de cloroquina - Getty Images
Jair Bolsonaro

Dados de vacinação de Jair Bolsonaro e de sua filha foram forjados

Também os cartões de vacinação de Mauro Cid e família foram alterados, segundo investigação

Giovanna Gomes Publicado em 03/05/2023, às 11h42

Investigações promovidas pela Polícia Federal apontam que os dados do cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de Laura Bolsonaro, sua filha de 12 anos, foram alterados. As informações falsas foram incluídas nos sistemas do Ministério da Saúde por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O mesmo problema foi constatado em relação aos dados de Cid, sua esposa e filha.

Segundo informações do portal de notícias G1, o objetivo com a suposta falsificação era garantir que o ex-presidente, familiares e auxiliares próximos pudessem entrar nos Estados Unidos, país que exigiu a vacinação obrigatória. O ex-chefe de Estado brasileiro foi aos EUA em 30 de dezembro de 2022, às vésperas de deixar o cargo, e voltou ao Brasil em 30 de março deste ano.

De acordo com a fonte, a investigação faz parte de uma operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, dentro do inquérito das "milícias digitais" que já está em andamento no Supremo Tribunal Federal.

Declarações de Bolsonaro

Durante o período em que esteve no poder, Bolsonaro afirmou em diferentes ocasiões que não receberia a vacina contra a Covid-19. Entretanto, de acordo com o colunista Gerson Camarotti, o ex-presidente mudou de opinião em meados de março de 2021 e optou por se vacinar.

Fraudes

Segundo a Polícia Federal, os suspeitos inseriram informações falsas sobre a vacinação contra a Covid-19 em dois sistemas exclusivos do Ministério da Saúde: o Programa Nacional de Imunizações e a Rede Nacional de Dados em Saúde.

De acordo com a corporação, as fraudes se deram entre novembro de 2021 e novembro de 2022, e "tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários".

A polícia ainda afirma que a inserção de informações falsas quanto à vacinação pretendia "manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19".

As autoridades destacam que as condutas investigadas podem configurar, em tese, crimes como: infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

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