A espécie extinta, que viveu há 16 milhões de anos, podia medir até 3,5 metros de comprimento; sendo o maior golfinho de rio já encontrado
Fabio Previdelli Publicado em 21/03/2024, às 11h13
Em 2018, pesquisadores descobriram o crânio fossilizado de um golfinho gigante. A espécie extinta, que há 16 milhões de anos se acredita ter fugido do oceano e buscado refúgio nos rios amazônicos do Peru, podia medir até 3,5 metros de comprimento, tornando-se o maior golfinho de rio já encontrado.
O golfinho da espécie Pebanista yacuruna pertencia à família Platanistoidea, comumente encontrados nos oceanos entre 24 e 16 milhões de anos atrás. Um estudo do crânio publicado na Science Advances, destaca os riscos iminentes para os restantes golfinhos fluviais do mundo, que enfrentam ameaças de extinção semelhantes nos próximos 20 a 40 anos.
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Os golfinhos fluviais sobreviventes eram "os remanescentes do que outrora foram grupos de golfinhos marinhos muito diversos", explica Aldo Benites-Palomino, principal autor do estudo em entrevista ao The Guardian.
O pesquisador acredita que a espécie deixou os oceanos para encontrar novas fontes de alimentos em rios de água doce. "Os rios são a válvula de escape… para o fóssil antigo que encontramos, e é o mesmo para todos os golfinhos que vivem hoje".
O crânio foi encontrado pelo próprio Benites-Palomino, quando ainda era estudante de graduação. Agora doutorando no departamento de paleontologia da Universidade de Zurique, Aldo aponta que o trabalho de pesquisa foi adiado pela pandemia.
Ainda ao The Guardian, ele recordou que avistou o fóssil, um fragmento de mandíbula, enquanto caminhava junto de um colega. "Assim que o reconheci, vi as cavidades dos dentes. Eu gritei: 'isto é um golfinho'. Não podíamos acreditar".
Então percebemos que não era parente do boto cor-de-rosa do rio Amazonas… Nós [havíamos] encontrado um animal, um gigante, cujo parente vivo mais próximo fica a 10 mil quilômetros de distância, no sudeste da Ásia", explicou.
Para o diretor do departamento de paleontologia da Universidade de Zurique, Marcelo R Sánchez-Villagra, a descoberta foi intrigante. "Depois de duas décadas de trabalho na América do Sul, encontramos várias formas gigantes da região, mas este é o primeiro golfinho desse tipo".
Por fim, Benites-Palomino aponta que o fóssil é notável não só por seu tamanho, mas também por não ter ligações com os golfinhos de rio que hoje nadam nas águas.
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