Representação artística do Palaeoloxodon turkmenicus - Chen Yu/Divulgação
Arqueologia

Crânio de elefante gigante descoberto nos Himalaias intriga cientistas e gera mistério

Fóssil de elefante com presas retas revela espécie extinta desconhecida; descoberta na Caxemira pode mudar história evolutiva dos elefantes!

Redação Publicado em 16/10/2024, às 12h35

Um crânio fóssil gigante descoberto na região do Vale da Caxemira, na Índia, há várias décadas, foi identificado como pertencente a uma espécie extinta e desconhecida de elefante com presas retas, conforme revelaram cientistas recentemente.

Este achado foi acompanhado por cerca de 90 ferramentas de pedra utilizadas por humanos pré-históricos, desenterradas no final do ano 2000 por uma equipe liderada por Ghulam Bhat, da Universidade de Jammu.

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De acordo com um estudo publicado no Journal of Vertebrate Paleontology, a análise do fóssil indica que ele pertencia ao grupo dos elefantes de presas retas conhecidos como Palaeoloxodon.

Esta descoberta levanta novas questões sobre as causas de sua extinção. Os Palaeoloxodon eram considerados um dos maiores mamíferos terrestres, podendo atingir até quatro metros de altura nos ombros e pesar aproximadamente 10 toneladas quando adultos.

O mistério

O crânio apresenta sinais de fratura e lascamento nos ossos, sugerindo que possam ter sido manipulados por humanos. No entanto, não há evidências claras de que o animal tenha sido caçado ou desmembrado.

A associação entre ferramentas de pedra e restos de elefantes modificados por humanos é rara," afirmam os pesquisadores.

Este fóssil se distingue de outros crânios de Palaeoloxodon encontrados na Índia por não possuir a característica crista espessa e projetada para frente no topo do crânio. "Pelas dimensões, dentes molares e outras características do crânio, está claro que o animal era um majestoso elefante macho em plena vitalidade," comentou Steven Zhang, coautor do estudo.

"No entanto, a ausência de uma crista craniana bem desenvolvida, especialmente em comparação com outros crânios masculinos maduros da Europa e da Índia, indica que estamos lidando com uma espécie diferente."

Esta descoberta pode auxiliar na elucidação de outro mistério sobre a árvore genealógica dos elefantes. As características do crânio encontrado na Caxemira parecem semelhantes às de um raro crânio desenterrado no Turcomenistão na década de 1950, que também carece de uma proeminente crista no topo do crânio, apesar das outras características serem "altamente semelhantes" às das espécies europeias conhecidas.

Na época da descoberta do crânio no Turcomenistão, os cientistas acreditavam tratar-se apenas de um indivíduo aberrante da espécie europeia Pantiquus. A análise das 87 ferramentas de pedra encontradas junto aos restos mortais do elefante sugere que o crânio da Caxemira data do período Médio Pleistoceno, entre 300.000 e 400.000 anos atrás, colocando-o em uma linha temporal semelhante ao fóssil turcomeno.

"Com o acréscimo do crânio da Caxemira à equação, fica claro agora que os dois espécimes podem ser teoricamente considerados representantes de uma espécie distinta sobre a qual sabíamos muito pouco anteriormente, com uma ampla distribuição desde a Ásia Central até o norte do subcontinente indiano," afirmou Advait Jukar, outro autor do estudo mais recente.

O gênero Palaeoloxodon evoluiu inicialmente na África há cerca de um milhão de anos, apresentando uma testa estreita e convexa e uma crista craniana subdesenvolvida. Esses elefantes tinham uma testa larga e achatada e frequentemente ostentavam uma espessa crista que se projetava para frente a partir do topo do crânio.

A espécie Palaeoloxodon turkmenicus, com sua testa larga e plana e uma leve crista craniana, pode representar um elo perdido que preenche uma lacuna em nosso entendimento sobre a evolução dos elefantes, sugerem os cientistas.

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