O comediante Bill Cosby após ter sido condenado, em 2018 - Getty Images
Estados Unidos

Condenado por abuso sexual, Bill Cosby tem pena anulada: “Sempre mantive minha inocência”

Comediante, de 83 anos, já havia cumprido mais de dois anos da sentença de três a dez anos de prisão dada a ele. Entenda o caso!

Fabio Previdelli Publicado em 01/07/2021, às 10h56

Na tarde de ontem, 30, o comediante Bill Cosby, 83 anos, se manifestou pela primeira vez desde que deixou a prisão nos Estados Unidos. Após cumprir mais de dois anos da sentença — que era de três a 10 anos de reclusão —, a Suprema Corte da Pensilvânia anulou a condenação. As informações são da AFP. 

"Nunca mudei a minha postura nem a minha história. Sempre mantive minha inocência. Obrigado a todos os meus fãs, apoiadores e amigos que me deram suporte ao longo de toda essa provação. Um agradecimento especial para a Suprema Corte da Pensilvânia por defender o Estado de direito", declarou Cosby em sua página oficial do Twitter. 

Em 2018, o comediante havia sido condenado por ter abusado de Andrea Constand, em 2004. Ela era ex-funcionária da Universidade de Temple — onde ele estudou. Porém, para o juiz David Wecht, o promotor que investigou o caso, Bruce Castro, induziu Bill a se incriminar quando testemunhou em um processo civil. Porém, lhe dissera que aquilo não seria usado para acusá-lo criminalmente. 

I have never changed my stance nor my story. I have always maintained my innocence.
Thank you to all my fans, supporters and friends who stood by me through this ordeal. Special thanks to the Pennsylvania Supreme Court for upholding the rule of law. #BillCosby pic.twitter.com/bxELvJWDe5

— Bill Cosby (@BillCosby) June 30, 2021

Na época, depois disso, outro promotor, Kevin Steele, acabou 'quebrando o acordo' — o que, conforme explica a AFP, fere a Quinta Emenda da Constituição, que diz que uma pessoa não é obrigada a produzir provas contra si mesma.  

Dessa forma, a Corte Suprema entendeu que a palavra deveria ser cumprida. Para os juízes, anular a condenação e barrar qualquer nova acusação "é o único remédio que atende às expectativas razoáveis da nossa sociedade em relação a seus promotores eleitos e nosso sistema de justiça criminal". 

Além disso, a Corte entendeu que as acusações de outras cinco mulheres ajudaram a ‘contaminar’ o julgamento original, apesar da Corte inferior entender que o que elas disseram ajudava a traçar um padrão no comportamento do comediante: que drogava e depois abusava sexualmente de suas vítimas.

Ainda não se sabe se os promotores recorrerão da decisão. Segundo a AFP, além de Constand, mais de 60 mulheres acusam Bill Cosby por abusos cometidos entre os anos 1960 e 2000.  

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