Os casos da doença recentemente descoberta se espalham por diversos países
Éric Moreira Publicado em 21/05/2022, às 12h15
Cientistas brasileiros têm se reunido em comitê para acompanhar o aumento no número de casos de varíola do macaco ao redor do mundo. O avanço da doença preocupa os cientistas, não só por conta da elevação na quantidade de infectados, mas também pela sua distribuição pelo mundo.
A gente está vendo o perfil de disseminação desse vírus por países da Europa, já chegou aos Estados Unidos, ao Canadá, em Israel. Então existe um risco iminente da entrada dele no Brasil", aponta Trindade — professora e pesquisadora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais ao UOL.
Os primeiros casos registrados no surto atual da Europa ocorreram majoritariamente por contato sexual entre homens infectados, como informou o portal de notícias UOL.
As infecções primárias — na África —, por sua vez, ocorrem por conta do "contato com os animais silvestres", explica Trindade. "A população vai à zona silvestre para pescar, caçar, e entra em contato com animais, e nessas comunidades se inicia uma cadeia de transmissão."
Uma análise filogenética do vírus foi divulgada na última quinta-feira, 19. O resultado agradou aos cientistas: a amostra, retirada de um paciente infectado de Portugal, pertencia ao clado menos virulento do vírus, com o mais virulento sendo localizado na bacia do Congo.
Trindade ainda acrescenta: "Esse vírus tem uma estabilidade genética muito maior que o da covid-19, da dengue ou da gripe. Mutações podem ocorrer, mas ainda é muito preliminar". Ainda alegou que não há necessidade da população se preocupar, pois uma rede de especialistas estruturada foi organizada e está atenta para conter a doença.
Vera Magalhães — infectologista e professora de Doenças Tropicais da Universidade Federal de Pernambuco — diz que não há muita diferença entre os sintomas da varíola dos macacos para a dos humanos, considerada erradicada do mundo desde 1980.
"O período de incubação vai de cinco a 21 dias, e começa com febre, mialgia [dor muscular], cefaleia [dor de cabeça] —como qualquer infecção. De um a três dias, começa o rash macular [manchas na pele], depois vão virar pápulas [espinhas] e em seguida as vesículas [que evoluem para virarem feridas] bem características da varíola", apontou Vera ao portal UOL.
Com cenas inéditas, 'Calígula' volta aos cinemas brasileiros após censura
Jornalista busca evidências de alienígenas em documentário da Netflix
Estudo arqueológico revela câmara funerária na Alemanha
Gladiador 2: Balde de pipoca do filme simula o Coliseu
Túnica atribuída a Alexandre, o Grande divide estudiosos
Quebra-cabeça: Museu Nacional inicia campanha para reconstruir dinossauro