Gráfico sobre a atividade do Chlorovirus (esq.) e microrganismos da espécie Halteria (dir.) - Divulgação/UniversidadedeNebraska-Lincoln
Ciência

Cientistas identificam organismo que se alimenta exclusivamente de vírus

A espécie do gênero Halteria pode se alimentar de vírus infecciosos presentes no mesmo habitat aquático

Redação Publicado em 03/01/2023, às 15h39

Nesta terça-feira, 3, foram divulgados na revista Proceedings of National Academy of Sciences estudos, realizados ao longo de todo o mês de dezembro de 2022, sobre um microrganismo da espécie do gênero Halteria que pode se alimentar de vírus infecciosos que compartilham do mesmo habitat

Segundo informações publicadas pela revista Galileu, John DeLong, cientista da Universidade de Nebraska-Lincoln, nos Estados Unidos, investigou, juntamente com uma equipe especializada, que os vírus, apesar de conhecidos apenas como uma fonte de infecção, podem servir também para a nutrição de outros seres. 

Experimentos 

Os experimentos de DeLong foram baseados na análise da água em que os microrganismos estavam presentes. Assim, foi concluído que, para conseguirem sobreviver em condições aquáticas, as algas, que são revestidas pelos organismos ciliados, conseguem ingerir os vírus para garantirem sua sobrevivência.

It takes a keen eye to spot a microbe grazing on viruses! Biologist John DeLong & colleagues tagged viruses with a fluorescent glow. Soon, several different types of microbes appeared to have chewed-up virus inside their little guts. https://t.co/NoDaaacBL5 pic.twitter.com/wC8GgSYvOp

— Corey S. Powell (@coreyspowell) January 2, 2023

Tal descoberta também é explicada pelo fato de que os vírus são feitos de outras propriedades elementares. Em nota, o pesquisador e ecologista afirmou:

Eles [vírus] são feitos de coisas realmente boas: ácidos nucléicos, muito nitrogênio e fósforo. Tantos organismos comem qualquer coisa que encontram. Certamente algum teria aprendido a comer essas matérias-primas".

Outras hipóteses 

A equipe, que contou com a participação dos virologistas James Van Etten e David Dunigan, ainda analisou duas amostras de algas verdes, uma apenas com água e outra com porções do vírus Chlorovirus

Em dois dias, a amostra que possuía uma única fonte de alimento, no caso, o vírus, cresceu 15 vezes mais em relação a outra. 

Alguns ciliados podem consumir partículas virais suficientes para promover o crescimento populacional em um nível semelhante ao crescimento protista em geral", completou DeLong.

A importância das pesquisas está relacionada com descobertas inéditas sobre a teia alimentar, evolução e diversidade das espécies.

+Confira o artigo do estudo completo em inglês clicando aqui

ciência Biologia vírus Algas microrganismo Chlorovirus John DeLong ecologista teia alimentar

Leia também

Com cenas inéditas, 'Calígula' volta aos cinemas brasileiros após censura


Jornalista busca evidências de alienígenas em documentário da Netflix


Estudo arqueológico revela câmara funerária na Alemanha


Gladiador 2: Balde de pipoca do filme simula o Coliseu


Túnica atribuída a Alexandre, o Grande divide estudiosos


Quebra-cabeça: Museu Nacional inicia campanha para reconstruir dinossauro