Mapa de contaminação da vida selvagem mostra presença de substâncias tóxicas no organismo de animais ao redor do mundo
Ingredi Brunato Publicado em 22/02/2023, às 10h26
A EWG (sigla em inglês para o nome 'Grupo de Trabalho Ambiental') é uma organização sem fins lucrativos que publicou neste mês de fevereiro um mapa interativo de grande escala mostrando a contaminação da vida animal por PFAS ao redor do mundo.
Para chegar aos dados, a entidade compilou os resultados de 125 estudos científicos destinados à identificação no ambiente dessa classe de produtos químicos, que inclui por volta de 12 mil substâncias.
Os PFAS possuem amplo uso industrial, sendo utilizados para criar mercadorias antiaderentes, impermeáveis, resistentes a manchas e ao calor, entre outros usos. Considerados compostos químicos "persistentes" ou "eternos", eles não se degradam naturalmente, de forma que são propensos a se acumularem no solo, na água e dentro de seres vivos.
Em humanos, pesquisas anteriores estabeleceram que essas substâncias podem aumentar nosso risco de câncer, doenças hepáticas, complicações na gravidez e muitos outros problemas.
Levou seis décadas de pesquisa em humanos para realmente entender como esses produtos químicos afetam nossa biologia de tantas maneiras diferentes… e não há razão para acreditar que esses mesmos impactos não estejam ocorrendo também na vida selvagem", explicou David Andrews, um dos cientistas sêniores da ONG, conforme repercutido pelo The Guardian.
De acordo com a pesquisa da EWG, pelo menos 330 espécies através do globo estão sob risco de terem sua saúde negativamente impactada pela presença desses compostos tóxicos em seu organismo.
A lista inclui os mais variados seres, como tigres siberianos, pandas, cavalos, cachorros, tartarugas marinhas, escorpiões, ostras, plâncton e muitos outros.
Não importa o país ou continente, se as espécies forem testadas quanto à contaminação por PFAS, esses produtos químicos nocivos aparecerão — onde você procurar por PFAS, você o encontrará. Esta primeira análise com uma quantidade massiva de dados mostra o escopo global do problema dos PFAS, e só porque um local não está listado neste mapa não significa que não haja contaminação", explica uma mensagem no site da entidade.
O Grupo de Trabalho Ambiental busca aumentar a conscientização a respeito dessa situação com seu mapa interativo, e assim incentivar maiores esforços por parte das indústrias e dos governos que as regulam para que esses produtos não acabem na natureza.
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