Identificado na Mata Atlântica, o minúsculo anfíbio é bastante venenoso e ainda tem a capacidade de brilhar sob a luz ultravioleta
Pamela Malva Publicado em 01/05/2021, às 11h30 - Atualizado às 11h32
Entre os anos de 2017 e 2019, um grupo de cientistas brasileiros reuniu cerca de 276 anfíbios a fim de identificar novas espécies dos animais em uma região da Mata Atlântica. Na última quarta-feira, 28, então, eles revelaram, na revista científica Plos One, a descoberta de um sapo-pingo-de-ouro desconhecido até então.
Classificado como um Brachycephalus rotenbergae, o novo sapinho foi encontrado ao sul da Serra da Mantiqueira, em São Paulo. Antes dele, cientistas brasileiros haviam registrado apenas outras 36 espécies do grupo de sapos-pingo-de-ouro.
Altamente venenosos, esses anfíbios são tão pequenos que, em sua grande maioria, têm o tamanho perfeito para caber em cima de uma unha humana. Mas não se engane com os seus 16 milímetros de comprimento, esses sapos são bastante perigosos.
Foi outra característica do novo anfíbio, no entanto, que mais chamou a atenção dos cientistas. Assim como outros indivíduos do mesmo grupo, os B. rotenbergae têm a capacidade de brilhar quando expostos à luz fluorescente e à luz ultravioleta.
Ainda assim, sua classificação foi complexa, já que muitos sapos-pingo-de-ouro apresentam composições genéticas bem parecidas. Dessa forma, para identificar a nova espécie, os cientistas tiveram de utilizar uma abordagem integrada, observando a anatomia, os genes e até mesmo os sons emitidos pelos sapinhos.
A partir dos muitos testes realizados em laboratório, como os de DNA, então, os pesquisadores descobriram que o B. rotenbergae é menor que os outros anfíbios da mesma família, além de apresentar inusitadas manchas escuras na cabeça.
De qualquer forma, para Ivan Nunes, o herpetólogo líder do estudo, esse não será o último sapo-pingo-de-ouro a ser identificado por sua equipe, segundo divulgado pela Revista Galileu. “Temos muitas espécies crípticas [quase indistinguíveis] a serem descobertas”, explicou o pesquisador, em entrevista à Smithsonian Magazine.
Por fim, o especialista pontuou que, ainda que os B. rotenbergae não se encontrem em risco de extinção, eles são constantemente ameaçados pelos javalis que vivem na região. Isso porque os enormes animais destroem o habitat sapinhos quando caminham sobre o solo onde vivem os minúsculos anfíbios fluorescentes.
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