Imagem das escavações no DOI-Codi - Reprodução/Agência Brasil/Rovena Rosa
Ditadura Militar

Cerâmica encontrada no DOI-Codi pode ter origem indígena

O objeto foi encontrado após escavações no local, que serviu de centro de repressão durante a ditadura militar

Redação Publicado em 18/08/2023, às 17h00

Após 13 dias de escavações no prédio que sediou Destacamento de Operações de Informação — Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), pesquisadores encontraram uma cerâmica que acreditavam pertencer ao período pré-histórico. Agora, entretanto, estimam que a mesma pertence a um período recente.

O objeto foi descoberto no subsolo da construção, numa área de terra escura e com alta presença de carvão, o que significa que existem resíduos domésticos no local. Outras informações a respeito da cerâmica foram divulgadas pela Agência Brasil, através do depoimento de Cláudia Plens, professora de arqueologia histórica na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Plens e Astolfo Araujo, que atuam no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (USP), chegaram a conclusão de que a cerâmica é de origem indígena, em razão dos adornos que a mesma apresenta.

Como as construções no bairro são relativamente recentes, é possível que se tratasse de uma casa muito antiga, relacionada a alguma fazenda. Vamos realizar análises químicas para caracterizar melhor esse solo. De todo modo, trata-se de uma descoberta bastante interessante e que pode ajudar a entender a ocupação antiga da cidade fora da área central", explicou Cláudia à Agência Brasil. 

O projeto, realizado neste mês, após ter sido negado 14 vezes por investidores, recebeu o apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). 

Prédio histórico

O DOI-Codi, localizado na Vila Mariana, bairro da capital paulista, foi o prédio do exército brasileiro que recebia os dissidentes da ditadura militar. Criado clandestinamente em 1969, ele foi incorporado às forças armadas no ano seguinte e passou a servir como local para torturas, prisões ilegais, violências sexuais e execuções

Segundo o Ministério Público de São Paulo, ao menos 7 mil pessoas passaram pelo destacamento, que funcionou entre 1969 e 1983. 

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